7/7/2009
Mercado futuro de boi gordo encolhe para US$ 725 milhões

SÃO PAULO - A indefinição no mercado de carnes derrubou o volume financeiro dos contratos futuros do boi gordo na BM&F Bovespa no primeiro semestre e inibiu qualquer negociação nesse segmento para 2009. O volume financeiro dos futuros de boi recuaram de US$ 4,06 bilhões para US$ 725,7 milhões. Em unidades a queda foi de pouco mais de 725,2 mil para 388,7 mil. Se a movimentação dos contratos realmente refletir o cenário dos próximos meses, a crise no setor de carnes deve adentrar o próximo ano tendo em vista que as negociações se limitam para os vencimentos entre julho e dezembro de 2009. Nos últimos anos, as únicas vezes em que isso ocorreu foram 2004 e 2005, reflexo da ocorrência de febre aftosa. A expectativa para o segundo semestre é a de que a retomada das exportações tenha algum impacto no mercado futuro. De acordo com dados preliminares da Secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/Mdic), as exportações de carne bovina in natura aumentaram em junho 9% em relação ao mesmo mês no ano passado. É a primeira em 2009 que na comparação com os últimos 12 meses o ano vigente apresenta vantagem. Ainda assim, no primeiro semestre as exportações de carne in natura tiveram receita de US$ 1,3 bilhão, queda de 28,82% em relação ao mesmo período de 2008. O volume teve retração de 12,91%, somando 454,8 mil toneladas. Contratos agropecuários O primeiro semestre agrícola da BM&F terminou com números desanimadores. Os contratos futuros para os produtos agrícolas recuaram de pouco mais de 1,66 milhão para 952,3 mil. Em volume financeiro a queda é ainda mais expressiva, de US$ 6,16 bilhões para US$ 2,23 bilhões. O contrato de etanol é o que se encontra em pior situação e praticamente inexiste na Bolsa. De acordo com José Ricardo Severo, assessor técnico da Comissão de Açúcar e de Álcool da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para o setor sucroalcooleiro o que é importa o mercado atual já que há uma grande necessidade dos produtores e usineiros gerarem caixa. "A situação se agrava para as destilarias que tem a produção voltada apenas para a produção de álcool", afirmou Severo. É o caso das áreas de expansão do plantio de cana-de-açúcar. Para o mercado de grãos a perspectiva também não é das melhores para milho e soja. Os contratos de milho futuro e milho com liquidação financeira somaram juntos US$ 148,1 milhões. No ano passado, quando havia apenas o contrato para milho futuro, o setor já havia feito mais de 212,5 mil contratos até o junho, movimentando US$ 526,9 milhões. Com um mercado mais favorável os contratos de soja movimentaram no primeiro semestre US$ 218,4 milhões, ante 376,5 milhões no mesmo período de 2008. O café mesmo com um volume muito menor, de 402,4 mil para 283,7 mil contratos, conseguiu manter o volume financeiro nos mesmos patamares que os do ano passado, recuando apenas de US$ 1,13 milhão para US$ 1,05 milhão.

Fonte: Valor On Line

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