24/6/2009
Meio ambiente: CNA estuda processar o Greenpeace

Ação será motivada pelas colocações da ONG a respeito do sistema de produção da carne bovina brasileira.



A afirmação foi feita, sem mais detalhes, pelo presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás, José Manoel Caixeta, durante audiência pública extraordinária na Comissão de Agricultura do Senado para discutir a situação dos frigoríficos. De acordo com Caixeta, se for inviabilizada a produção em áreas consideradas como desmatadas, os custos de produção tendem a aumentar e o preço da carne deve subir, prejudicando os consumidores.

Já o presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), o economista Roberto Giannetti da Fonseca, fez duras críticas ao Ministério Público Federal e ao Greenpeace. "As informações em sites fazem parecer que eles (MP) e as ONGs são heróis, enquanto as empresas são as vilãs", considerou. "É preciso que haja uma correção disciplinar, por parte do Senado, a esses fatos que ocorreram no Estado do Pará", pediu.

Giannetti da Fonseca explicou que, de 24 a 27 de maio, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério Público vistoriaram frigoríficos no Estado e entregaram 14 autos de infração às empresas. "Com base nestes autos, sem que tenha sido dado às empresas o direito de defesa, o MP obteve a lista de clientes do Frigorífico Bertin e deu a eles 10 dias de prazo para dizerem se comprariam carne desses fornecedores ou não", argumentou. "Temos aqui inconstitucionalidade, pois os fornecedores não tinham sido condenados", continuou.

"Irresponsáveis" - Durante sua explanação, o economista enfatizou que os 2,5 mil fornecedores do frigorífico Bertin não estão incluídos na listagem de propriedades embargadas pelo Ibama e nem pelo Ministério do Trabalho. "Os fornecedores não cometeram crime e os clientes, acuados, disseram que não vão mais comprar carne do Estado do Pará. Mas que história é essa? Não se respeitam mais os direitos das empresas. Esses fatos são muito graves. Me assusta a irresponsabilidade com que o MP trata o caso", criticou o presidente da Abiec.

Giannetti salientou que, apesar da propaganda do Greenpeace, nenhum quilo de carne da Amazônia é exportada para a UE. "Esta é uma má publicidade de ONGs, que dizem que praticamente todo o gado brasileiro é produzido na Amazônia. É uma mentira quando dizem que o gado brasileiro vem da Amazônia", defendeu. Para ele, o MP agiu inspirado pelo Greenpeace não de modo próprio. As informações são da Agência Estado.


Fonte: Potal DBO

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