22/6/2009
Exportações de couros recuam 55% em 2009

As exportações brasileiras de couros atingiram US$ 399,57 milhões nos primeiros cinco meses do ano, com recuo de 55%, ante o mesmo período de 2008, segundo dados elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A despeito das dificuldades que o setor vem enfrentando, o balanço de maio das vendas externas já aponta um pequeno crescimento nos embarques, de 11% em receita e 3% em volume, quando comparado ao mês de abril. Além disso, dos couros exportados no período, 74,9% (em valor) e 58,2% (em volume) o foram com maior valor agregado (crust + acabados), mantendo o processo evolutivo da agregação de valor nas exportações de couro.

"A queda de 55% nas exportações nos cinco meses deste ano continua sendo conseqüência da crise financeira internacional que afetou a economia americana e se espalhou por quase todos os países a partir de setembro de 2008", afirma o presidente do CICB, Luiz Bittencourt. Segundo ele, a recessão provocou uma forte queda de demanda, diminuindo a aquisição de couros no setor automobilístico e moveleiro, e se alastrando a vários elos das cadeias produtivas.

"Além desse obstáculo externo, a indústria curtidora também vem sendo afetada pelas altas taxas de juros, excessiva burocracia, precariedade do sistema de infra-estrutura, e, principalmente, falta de capital de giro para as empresas", destaca o executivo.

Neste sentido, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil continua pleiteando às autoridades governamentais medidas de apoio, que reduzam o impacto agressivo da crise internacional e considerem a similaridade com as ações que estão sendo implementadas para o setor de carne, pois os obstáculos são semelhantes.

"É fundamental que o governo federal apóie o setor com iniciativas como a criação de linhas de créditos para capital de giro (Banco do Brasil e BNDES), adequação de prazos e encargos de ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio), agilização nos ressarcimentos de créditos de exportação e autorização da compensação automática de créditos fiscais", reitera o presidente do CICB.

Luiz Bittencourt explica que a indústria brasileira do couro vem adotando medidas para se adaptar a este tempo de incerteza da economia internacional, e que se tais medidas não forem implementadas corre-se o risco do sucateamento de parte significativa de um parque industrial.

O executivo salienta o inestimável apoio estratégico da ApexBrasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos para a forte expressão econômica do segmento que movimentou US$ 1,8 bilhão, ano passado e contribuiu em 7% para o saldo da balança comercial brasileira.



Fonte: Beef Point

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