15/6/2009
MS: Governo opta por incentivos para evitar importações

Após muita discussão com pecuaristas e frigoríficos, sobre a criação de um corredor para importação de animais do Paraguai, o Governo do Mato Grosso do Sul decidiu que a melhor solução para o problema da oferta de animais para abates em Porto Murtinho/MS será conceder incentivos para a pecuária da região, alternativa apresentada pelo presidente da Acrissul e diretores da entidade, em reunião na semana passada.

O governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, autorizou a redução da carga tributária sobre gado destinado ao abate em Porto Murtinho/MS, com o objetivo de garantir escalas para o frigorífico Marfrig, aumentando a competitividade do gado da região e, assim, evitar a importação de bovinos do Paraguai. A medida foi anunciada em entrevista coletiva no final da manhã da última quarta-feira (10/06) pelo presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, que foi incumbido pelo próprio governador de dar a notícia.

Para Maia, a medida foi um amadurecimento da relação política entre o governo e os pecuaristas, no intuito de não quebrar os elos da cadeia produtiva, "o que só traria prejuízos para todo mundo". O frigorífico abate cerca de 600 animais por dia - e sua capacidade é para 800. Com isso garante-se o emprego de cerca de 450 pessoas. A indústria assumiu ainda o compromisso de realizar, além da matança, a desossa de carcaças, numa outra etapa, o que abriria outras 400 frentes de trabalho.

O município de Porto Murtinho tem o terceiro maior rebanho do Estado. "Estoque para atender o frigorífico o município tem", explicou o secretário da entidade, Cezar Machado. O problema é que o preço baixo pago pela indústria aos pecuaristas não estimulava as negociações. Segundo Cezar, com a redução da carga tributária ocorre uma compensação de preços em favor dos criadores, o que aumenta a competitividade em relação ao gado do país vizinho.

Segundo o vice-presidente da Acrissul, Jonathan Barbosa, no Paraguai os custos de produção são 50% menores, especialmente por conta da carga tributária e com isso a arroba é vendida entre R$ 50,00 e R$ 55,00, enquanto do lado brasileiro está cotada a R$ 73,00. Na região do Chaco paraguaio a maior parte dos pecuaristas é brasileira. Mas na argumentação dos criadores, em reunião no dia 3 de junho com o governador André Puccinelli, o que mais pesou foi a questão sanitária. Apesar de o Paraguai gozar do mesmo status que o Mato Grosso do Sul (de área livre com vacinação), o MS não quer correr riscos e afetar todo o trabalho desenvolvido na chamada ZAV (Zona de Alta Vigilância), na fronteira com aquele país.

Para finalizar, Chico Maia afirmou que o governo do Estado não revelou a quais índices foi reduzida a carga tributária para a pecuária de Porto Murtinho, "mas o fato é que o governador André Puccinelli atendeu o pedido da Acrissul e o risco de Mato Grosso do Sul enfrentar a concorrência do gado paraguaio é assunto encerrado", arrematou.


Fonte: Beef Point

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