3/6/2009
Frigoríficos se defendem das acusações do Greenpeace

Os frigoríficos Bertin e JBS, citados no relatório da organização não governamental Greenpeace como alguns dos maiores responsáveis pelo desmatamento da Amazônia, rebateram as informações do documento e afirmaram que adotam critérios sustentáveis na compra de matérias-primas.

O Bertin argumentou, por meio de nota, que obedece "estritamente" a legislação ambiental e brasileira e que tem um programa para compra de gado que considera critérios socioambientais dos fornecedores.

"Todos são legais e não constam nem da lista suja - do Ministério do Trabalho, que condena práticas semelhantes à escravidão - nem da lista de propriedades embragadas publicada pelo Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]", de acordo com a nota. A empresa afirma ainda que já excluiu pelo menos 165 fornecedores que estavam em uma das duas listas.

A empresa diz que vai investigar para verificar a existência de possíveis irregularidades ambientais. "Caso haja situações irregulares, haverá interrupção imediata do acordo comercial entre a Bertin e estes fornecedores", aponta.

A JBS também argumentou que não compra matéria-prima de propriedades que praticam crime ambiental. "Antes de adquirir gado de qualquer pecuarista a JBS consulta a lista de fornecedores no site do Ibama. Caso algum fornecedor esteja listado por praticar qualquer tipo de desmatamento ilegal, a JBS cancela qualquer tipo de relação comercial", afirmou em nota.

A empresa cita o pacto assinado em 2008 pelo financiamento, produção, uso, distribuição, comercialização e consumo de produtos da pecuária vindos da Amazônia para a cidade de São Paulo como um exemplo da "responsabilidade ambiental" do grupo.

Varejo

As grandes redes de supermercados também se defenderam das acusações da ONG.O Grupo Pão de Açúcar, o Carrefour e o Wal-Mart, citadas no relatório como consumidoras de produtos gerados a partir da devastação da Amazônia, enviaram notas à imprensa reafirmando compromissos com o meio ambiente e com a legislação ambiental.

O Greenpeace diz que o gado da Amazônia é o maior propulsor de desmatamento do mundo, e acusa grandes produtores e exportadores de carne e derivados de avançar sobre a floresta. Esses produtores seriam também fornecedores de grandes redes varejistas.

O Pão Açúcar, em sua resposta, afirma manter "vários mecanismos e ações como forma de coibir o comércio de produtos ligados às cadeias produtivas da pecuária que não cumpram legislações trabalhistas e ambientais".

"Em relação ao fato apontado pelo Greenpeace, a empresa informa que já convocou seus fornecedores para esclarecimentos a respeito das alegações", diz a nota.

O Carrefour, por sua vez, afirma que só comercializa produtos provenientes de contratos que "seguem rigidamente as formalidades legais, exigidas pelas entidades reguladoras". O grupo acrescenta que "está sempre disposto a dialogar no sentido de aprimorar suas práticas sustentáveis".

Já o Wal-Mart informa que "considera muito graves as acusações do relatório do Greenpeace sobre a Amazônia", acrescentando que "vai cobrar imediatamente esclarecimentos das redes de frigoríficos do Brasil".



Fonte: O Estado de S. Paulo

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