3/6/2009
Exportações: receita e volume recuam em maio

No geral aumento das exportações brasileiras para mercados tradicionais em maio de 2009, na comparação com abril deste ano, pode significar o início de uma recuperação do comércio exterior brasileiro, segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral. Na entrevista coletiva da balança comercial de maio, em Brasília, ele apresentou os maiores índices de crescimento do período.

Por bloco econômico, foram Europa Oriental (15,5%), Oriente Médio (9,9%), América Latina e Caribe (7,2%), União Européia (6,8%) e Mercosul (4,7%). Por países, os maiores aumentos nas exportações ficaram com Áustria (500%), Emirados Árabes (127%), Portugal (113%), Ucrânia (100%) e Marrocos (64%).

Esses crescimentos seguraram as exportações em maio, que foram de US$ 11,9 bilhões, queda de 2,7% em relação a abril último (US$ 12,3 bilhões) e de 37,9% na comparação com maio do ano passado (US$ 19,3 bilhões).

Porém no setor de carne bovina a situação é diferente. Segundo estudo da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), o aumento nas compras da carne brasileira por parte de clientes não tradicionais conseguiu amenizar a queda nas exportações do produto nos primeiros quatro meses do ano.

A Rússia e a China, através de Honk Kong, continuam sendo os principais compradores das carnes brasileiras, mas países como o Vietnã, Líbano, Angola, Israel e a Jordânia vem elevando sistematicamente suas compras e já se incluem entre os 20 maiores clientes do Brasil. Isso, de certa maneira, tem suavizando a queda nas exportações provocada pela redução das vendas aos países membros da União Europeia, ainda em fase inicial de retomada em função do lento crescimento do número de fazendas habilitadas a exportar para UE.

O superávit comercial nos 20 dias úteis de maio foi de US$ 2,6 bilhões, com média diária de US$ 132 milhões. O resultado é 28,6% menor que o de abril deste ano (US$ 3,7 bilhões) e 34,9% abaixo que o de maio de 2008 (US$ 4 bilhões).

Segundo Barral, há discrepância entre os valores de maio de 2009 e do mesmo mês de 2008 em conseqüência da greve dos fiscais da Receita Federal em março e abril do ano passado. Nesses meses, caíram os registros de importação e exportação, que aumentaram em maio, quando a operação foi finalizada. "Se compararmos os cinco primeiros meses deste ano com o mesmo período de 2008, teremos uma tendência mais realista do que na comparação entre maio deste ano e do ano passado", explicou.

Em maio de 2009, as três categorias de produtos registraram retração em relação à igual período do ano anterior: semimanufaturados (-45,1%), manufaturados (-36,8%) e básicos (-35,8%).

Entre os produtos básicos, as maiores quedas ocorreram nas vendas de petróleo em bruto (-68,9%), minério de ferro (-47,1%), carne suína (-40,9%), carne bovina (-37,8%) e carne de frango (-34,6%), dentre outros.

Carne bovina

Em maio os exportadores brasileiros enviaram ao exterior 75.100 toneladas de carne bovina in natura, gerando uma receita de US$ 234,4 milhões. Na comparação com o mês de abril de 2009, volume apresentou um recuo de 11,79%. Em relação ao mesmo período a receita apurada em maio passado foi 5,38% menor.

Comparando os dados referentes ao mês passado, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com os do mesmo período de 2008 encontramos uma retração de 37,59% na receita e 23,19% no volume.

Apesar do recuo, a preço médio da carne bovina in natura brasileira vendida no mercado internacional melhorou em relação ao mês de abril, com um aumento de 7,26%. Em maio o produto brasileiro alcançou um preço médio de US$ 3.121/tonelada. Apesar da recuperação o preço médio atual ainda é menor do que os US$ 3.841 atingidos em maio de 2008, a desvalorização pode ser atribuída aos reflexos da crise mundial e também à diminuição das vendas a clientes tradicionais como a UE, que pagam melhor pela carne bovina exportada.



Fonte: Beef Point

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