28/5/2009
Marfrig quer importar gado vivo do Paraguai

Para driblar a baixa disponibilidade de gado e os elevados preços da arroba do boi gordo no mercado interno, algumas indústrias estão estruturando importações de gado vivo do Paraguai para abastecer unidades de abate no Brasil. Uma das empresas que está avançada na operação, que conta com apoio de pecuaristas brasileiros que possuem fazendas no país vizinho, é a Marfrig.



A ideia da empresa é comprar animais vivos no Paraguai e realizar o abate na planta localizada em Porto Murtinho, município localizado no extremo oeste de Mato Grosso do Sul, na divisa com o Paraguai.



A estratégia não agradou aos pecuaristas do Estado, que alegam problemas sanitários com o gado do Paraguai. "Nunca foi bem explicado da onde veio o vírus da aftosa que foi identificado em Mato Grosso do Sul em 2005 e que causou todos os problemas. Havia a suspeita que era do Paraguai, mas nada foi comprovado. O fato é que isso seria um risco desnecessário para o Brasil", disse um produtor do Estado.



Excesso de oferta



Para o presidente do Sindicato Rural de Porto Murtinho, Italívio Coelho Neto, existe a possibilidade de que a importação gere um excesso de oferta e derrube os preços da arroba na região. "Ela (importação) é perigosa também na questão da sanidade porque a faixa vizinha ao Alto Paraguai não está com a ZAV (Zona de Alta Vigilância) concluída, não temos garantia de nada", afirma Coelho Neto.



A decisão de importar gado do Paraguai surge poucos dias depois de os produtores de todo Centro-Oeste terem fechado um acordo para fazer vendas apenas à vista e não fecharem mais negócio com frigoríficos que estejam em processo de recuperação judicial. Na última segunda-feira (25), os representantes das federações de agricultura e pecuária de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se reuniram em Goiás e saíram com essa decisão. Apesar de o acordo ter sido fechado com produtores do Centro-Oeste, a ideia é de que a proposta seja estendida para São Paulo e Minas Gerais.



Procurado pela reportagem, nenhum executivo do Marfrig foi encontrado para falar sobre o assunto.





Fonte: Campo News

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