21/5/2009
Argentina: frigorífico espera alta de preço

A Câmara da Indústria da Carne da Argentina (CICCRA) avaliou os prognósticos sobre as dificuldades para abastecer o mercado doméstico com carne a partir de 2010 (leia matéria relacionada). orém, diferentemente da previsão de que o país precisará importar carne, os frigoríficos previram um forte aumento nos preços, o que poderá levar a uma queda no consumo interno de 70 para 55 quilos anuais per capita, ou seja, de mais de 20%.

Em seu relatório mensal, a CICCRA concorda que o setor "se encaminha paulatinamente a uma produção de carne insuficiente para abastecer o mercado interno e gerar saldos exportáveis". No entanto, esse gargalo terá um final diferente da importação, segundo os frigoríficos.

"Cremos que a Argentina não importará carne para consumo interno, já que temos a convicção de que quando os níveis de produção forem insuficientes para manter o consumo interno e as exportações atuais, serão os preços varejistas que subirão de forma significativa e reduzirão o consumo per capita".

Se o prognóstico se cumprir e o consumo cair para 55 quilos, ainda os argentinos seguiriam sendo os maiores consumidores de carne bovina do mundo. Hoje, com 70 quilos/ano, é quase o dobro do consumo no Brasil que consomem pouco mais de 35 quilos.

A CICCRA disse que essa redução no consumo de carne bovina não afetará o consumo de proteínas animais no país, devendo haver uma compensação com o consumo de carne de aves e suína.

A CICCRA vem advertindo sobre um forte processo de liquidação pecuária. Segundo seus registros, a redução do estoque já leva 35 meses. Curiosamente, essa fase de redução dos estoques bovinos coincide com vários recordes na produção de carne. A explicação é que os pecuaristas estão mandando grande quantidade de fêmeas para o abate. A participação das vacas nos abates, que não deveria ser de mais de 44%, chegou nos primeiros meses de 2009 a 48,5%, de acordo com a CICCRA.


Fonte: Beef Point

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