15/5/2009
Couros exportaram US$ 309,27 milhões até abril

As exportações brasileiras de couros no primeiro quadrimestre do ano registraram US$ 309,27 milhões, diminuição de 57% da receita apurada no acumulado anterior, segundo dados elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).




O estudo foi feito com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.



“A queda de 57% nos embarques de couro até abril deste ano continua sendo reflexo do impacto da crise financeira internacional que afetou a economia americana e se espalhou mundialmente a partir de setembro de 2008”, analisa o presidente do CICB, Luiz Bittencourt. Segundo ele, a recessão provocou uma forte queda de demanda, diminuindo a aquisição de diversos produtos, principalmente por peles no setor automobilístico e moveleiro, e se alastrando a vários elos das cadeias produtivas.



“Além desse obstáculo no mercado internacional, o balanço da indústria curtidora também sobre o efeito das altas taxas de juros, burocracia excessiva, precariedade do sistema de infra-estrutura, e, principalmente, a falta de capital de giro para as empresas”, salienta o executivo.



Neste sentido, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil continua pleiteando junto ao governo, a criação de linhas de financiamento para capital de giro, a desburocratização das ações do DECEX e a agilização nos ressarcimentos de créditos retidos nas exportações.



Luiz Bittencourt explica que a indústria brasileira do couro vem adotando medidas para se adaptar a este tempo de incerteza da economia internacional, contando, para adequar-se a esse ajuste, com o inestimável apoio estratégico da ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.



Paraguai, Guatemala e Belarus aumentam as importações de couro



Em abril, os principais destinos do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, ambos com US$ 107,3 milhões (34,67% de participação); Itália, com US$ 79,3 milhões (25,64% de participação); Estados Unidos, US$ 21,93 milhões (7%), Vietnã, com US$ 13,41milhões (4,34%), Alemanha, US$ 10,28 milhões (3,33%) e México, com US$ 9,86 milhões (3,19%).



Neste quarto mês do ano, o Paraguai continua sendo um dos mercados que mais cresceu (176%), somando US$ 495,75 mil, além da Guatemala (518%) que importou US$ 42,64 mil. Belarus (ex-República da antiga União Soviética, situada no centro-nordeste da Europa) também foi outro país que aumentou 46,15 vezes as compras do produto nacional, totalizando US$ 20,5 mil.



O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é uma entidade federativa que representa, há 52 anos, cerca de 800 empresas de produção e processamento de couro. O complexo industrial emprega cerca de 50 mil pessoas, movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões e recolheu impostos da ordem de US$ 1 bilhão em 2007.



Principais estados exportadores



O balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros no quarto mês do ano, em comparação ao acumulado de 2008, atesta que o Rio Grande do Sul continua na posição de maior exportador nacional (US$ 86,69 milhões, 28% de participação e queda de 54%), seguido por São Paulo (US$ 74 milhões, participação de 23,93% e redução de 69%), Ceará (US$ 30,9 milhões, 10% e decréscimo de 54%) e Paraná (US$ 28,21 milhões, 9,12%, e diminuição de 22%). Os demais estados são Bahia (US$ 24,96 milhões), Mato Grosso (US$ 17,65 milhões), Goiás (US$ 15,91 milhões), Minas Gerais (US$ 9,83 milhões) e Mato Grosso do Sul (US$ 9,78 milhões)


Fonte: Grupo Cultivar

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