12/5/2009
Negociações entre Perdigão e Sadia estão adiantadas

Está muito perto de ser concluída a negociação para juntar a Perdigão e a Sadia, duas das maiores companhias de alimentos da América Latina. Pelo que ficou acertado, a Perdigão incorporaria a Sadia por meio de uma troca de ações. A Perdigão ficaria com cerca de 70% da nova companhia e a Sadia com cerca de 30%. Não haveria desembolso de dinheiro num primeiro momento. A empresa que sairia da associação das duas companhias ficaria listada no Novo Mercado, onde já são negociadas as ações da Perdigão.

O acordo prevê, numa segunda fase, a entrada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do BNDESPar. O banco entraria como investidor em uma emissão de papéis que deverá acontecer poucos meses depois da assinatura do contrato para criação da nova companhia.

Os bancos envolvidos na operação discutiam ontem o valor das ações para a operação de troca. Até o início da noite não tinham chegado a um acordo, mas as diferenças agora seriam mínimas. Quando as instituições chegarem a um consenso, os acionistas serão consultados. Procuradas, Sadia e Perdigão não quiseram se pronunciar.

A nova emissão de ações foi a forma encontrada para capitalizar a companhia e resolver a questão do endividamento da Sadia, que perdeu R$ 2,6 bilhões com operações de derivativos cambiais no ano passado. A intenção é que o BNDES entre na operação com a compra desses papéis. A operação ainda não passou pelo conselho do BNDES. O lançamento de ações serviria ainda para remunerar os acionistas que quisessem liquidar suas posições.

Segundo analistas de mercado, a união seria o caminho mais sensato para as duas. Grandes exportadoras, no exterior a Perdigão é uma empresa de commodities, enquanto a Sadia tem uma marca forte em algumas mercados como Rússia e países da América latina. Os ganhos de sinergia, considerando apenas economias mais óbvias como os gastos com distribuição, seria da ordem de R$ 2 bilhões, quase 10% do faturamento somado das duas companhias (R$ 22 bilhões).

A associação de Sadia e Perdigão teria de ser submetida aos órgãos de defesa da concorrência. Analistas não acreditam, contudo, que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) venha a impor maiores restrições, uma vez que o governo tem como política estimular a criação de grandes multinacionais brasileiras. As negociações entre Sadia e Perdigão não envolvem o banco e a corretora Concórdia, que permanecem nas mãos dos controladores da Sadia.

Fonte: Beef Point

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