4/5/2009
Perdigão: gripe pode abrir mercado para carne brasileira

O presidente do Conselho de Administração da Perdigão, Nildemar Secches, disse na quarta-feira passada que o surto de gripe suína, que já provocou embargo a importações de carne de porco do México e dos Estados Unidos por parte de alguns países, pode abrir mercados para carnes brasileiras em geral, mas ressaltou que esse impacto não deve ser significativo. "Eu acho que vai ser levemente positivo para as empresas brasileiras", disse ele, após participar de almoço promovido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

Ele lembrou que o Brasil, em tese, não foi afetado e não sofreu restrição de mercado, podendo servir como alternativa aos importadores. O que resta saber, acrescentou, é o tamanho da restrição do consumo por parte de grandes importadores, como a Rússia. "Precisamos saber se essa queda no consumo será maior do que a restrição às importações para sabermos se haverá mercado a explorar", disse. "Mas o comportamento das populações de todos os países em situações com essa é absolutamente imprevisível", ressaltou.

Secches revelou que o comitê de crise da Perdigão, que tem atividade permanente, estuda neste momento quais devem ser os impactos da gripe suína sobre os negócios da companhia. Ele lembrou que no episódio da gripe aviária, em um primeiro momento não houve impactos nas vendas, mas, em uma segunda fase, marcada por um sentimento de pânico em algumas regiões do mundo, houve uma queda brusca e generalizada de consumo de frango. Mas, em razão do elevado nível de competitividade do produto brasileiro, no longo prazo o País conseguiu conquistar mercados que deixaram de ser atendidos por países que registraram casos da doença, especialmente os asiáticos.

"Na época da gripe aviaria, nós concluímos que deveríamos diversificar mais o nosso negócio. Todos os mercados em que atuamos têm crise, mas elas não são simultâneas. A diversificação reduz o grau de volatilidade dos nossos negócios", comentou. Desde então, a Perdigão ingressou nos segmentos de lácteos e bovinos, além de iniciar o seu processo de internacionalização com a aquisição da Plusfood, na Europa.

Sadia

O executivo da Perdigão se recusou a comentar as negociações para uma associação com a Sadia, alegando período de silêncio por conta da proximidade da divulgação do balanço - a Perdigão deve apresentar os resultados do primeiro trimestre em 14 de maio. Em comunicado divulgado na última sexta-feira, a Perdigão informou que foram reiniciadas as discussões sobre a viabilidade de uma associação com a Sadia, ressaltando que a decisão não foi precedida da assinatura de qualquer instrumento legal e não tem prazo para conclusão.

No mês passado, as duas empresas admitiram que iniciaram conversas para uma eventual associação, mas na ocasião as informações sobre o tema eram divergentes. Enquanto o presidente do Conselho de Administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, afirmava que os bancos contratados pelas duas empresas para avaliar a operação continuavam conversando, o único comunicado oficial da Perdigão a respeito, divulgado em 17 de março, dizia que as partes não chegaram a acordo e que não havia mais nenhuma negociação em curso. Secches afirmou apenas que, de fato, as negociações entre as duas empresas chegaram a ser interrompidas, mas foram retomadas.


Fonte: Agrolink

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