29/4/2009
Brasil é o maior produtor mundial de vacinas contra febre aftosa

Com um parque industrial capaz de produzir 500 milhões de doses de vacinas contra a febre aftosa, o Brasil é o hoje o maior produtor mundial da vacina contra essa doença que nos impede de acessar atrativos mercados como Japão e Estados Unidos.




Recentemente, o secretário de Defesa Agropecuária do MAPA, Inácio Kroetz não só apontou a evolução no controle sanitário realizado no País, como também destacou esse avanço como essencial para que o Brasil conquiste novos mercados para as proteínas animais.

Dada sua importância, a vacina é hoje o produto mais controlado da indústria veterinária nacional, seja pelas próprias empresas seja pelo governo, por meio da Central de Selagem de Vacinas (CSV), uma parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).

Para a primeira fase da campanha oficial de vacinação que será realizada em maio próximo, a expectativa de comercialização de vacinas no mês, de acordo com o MAPA é de 165 milhões de doses. Em 2009, até o momento, dados da Central de Selagem indicam comercialização de 20 milhões de doses até março e outros 27 milhões só em abril.

Criada em 1998, como órgão de apoio ao Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), a central é um dos instrumentos mais importantes do MAPA para a erradicação da doença, atestando a qualidade das vacinas e fornecendo informações essenciais para a condução das campanhas de vacinação. Assim, cada frasco de vacina produzida no Brasil recebe um selo holográfico - produzido na Alemanha pela mesma empresa responsável pela holografia nas notas de Euro - que permite a rastreabilidade total do produto, facilita a fiscalização, o controle de qualidade, a distribuição e garante, ainda, sua procedência.

Emilio Salani, presidente do SINDAN explica que o trabalho do órgão torna a vacina brasileira a mais completa, segura e eficiente do mundo, além disso, o papel da CSV nas campanhas contra aftosa tem tido grande repercussão entre as autoridades brasileiras, criadores e membros de missões sanitárias de outros países que visitam o Brasil “O selo atesta que a vacina veterinária é genuína, ou seja, que passou por todos os testes de qualidade na indústria e, posteriormente, nos laboratórios oficiais do governo – processo que leva cerca de 9 meses para serem concluídos. Além disso, há ainda a garantia de que o produto foi cuidadosamente manipulado dentro das condições de temperaturas necessárias (entre 2ºC e 8ºC), desde a saída da fábrica até o momento da compra pelo canal de distribuição certificando que o processo foi devidamente controlado pelas autoridades”.

Recentemente, os laboratórios realizaram pesados investimentos para atender à exigência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e do MAPA para tornar as vacinas brasileiras contra febre aftosa livres de proteínas não estruturais, o que faz com que a vacina não interfira nos inquéritos sorológicos realizados pelo Ministério para monitorar a circulação do vírus em várias regiões do Brasil, e manter junto à OIE o status de uma região como livre de febre aftosa.

Outra função da Central de Selagem de Vacinas é a armazenagem de um estoque de segurança de vacinas, utilizado apenas em caso de emergência, estimado atualmente em 60 milhões de doses (aproximadamente 15% do consumo nacional). Segundo Emílio Salani, presidente do Sindan, o Brasil é o único país capaz de produzir vacinas adicionais para o caso de uma emergência sanitária. “Hoje, se houvesse uma epidemia de febre aftosa no mundo, o Brasil seria o único país com um parque industrial capaz de fornecer a vacina em caráter emergencial para outros países”, afirma.

É diante desse cenário que o mercado recebe a notícia de importação de vacinas contra febre aftosa da Argentina. Segundo Sebastião Guedes, presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC) e representante do setor privado do Conesul das Américas noGrupo Interamericano de Erradicação da Febre Aftosa (GIEFA), todos os rígidos processos internos da Central de Selagem de Vacinas são necessários para garantir a total credibilidade da coleta de amostras, assegurando insumos de qualidade e autenticidade garantidas aos criadores, pois somente as vacinas testadas pelo MAPA serão disponibilizadas ao mercado. E é também por esse caminho que devem passar as vacinas contra febre aftosa que eventualmente venham a ser introduzidas no Brasil. Segundo o Ministério da Agricultura, as vacinas produzidas na Argentina estão passando por testes em laboratório, e a importação ainda vai depender do fim das análises, prevista para o mês de outubro deste ano.




Fonte: Grupo Cultivar

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