23/4/2009
Frigoríficos: JBS e Independência dão sinais de recuperação

O mercado de carnes retoma otimismo e os frigoríficos anunciam novas contratações.



O JBS Friboi irá ampliar a planta de Barra do Garças, no Estado do Mato Grosso, aumentando de 1,5 mil para 2,5 mil cabeças por dia a capacidade de abate de bovinos na unidade. O plano de expansão visa os mercados da União Europeia e Rússia, para os quais no último mês de março o Brasil elevou as exportações em 28,6% e 23,5%, segundo levantamento da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Para incrementar a produção no Mato Grosso, a companhia informou que irá contratar 685 funcionários. Caso as admissões se confirmem, o JBS terá convocado nos últimos dois meses 1786 funcionários para trabalharem nas unidades de Barra do Garças, Barretos, em São Paulo, e Vilhena, em Rondônia.

Com a retomada das exportações e as dificuldades operacionais de algumas companhias do setor, os frigoríficos com boa saúde financeira devem se expandir para ocupar esse nicho. Até o fim do primeiro semestre de 2009 a JBS, por exemplo, afirma que o número de novos postos de trabalho pode chegar a 5 mil.

Empresas que entraram com pedido de recuperação judicial também ensaiam uma retomada. Após audiência pública na Câmara Municipal de Nova Andradina, no Mato Grosso do Sul, Miguel Russo Neto, vice-presidente do Independência, anunciou a reabertura da unidade instalada no município que deve ocorrer entre hoje e a próxima segunda-feira. A proposta de reativação da planta foi aprovada mediante o pagamento à vista dos bois, mesmo procedimento adotado com a unidade de Janaúba, em Minas Gerais.

A reativação do frigorífico estava sendo articulada desde o início do mês por André Puccinelli, governador do Estado e Sérgio Longen, presidente da Federação da Indústria de Mato Grosso do Sul (Fiems), que recebeu de Russo a confirmação de que o Independência vai começar a recontratar todos os 1,3 mil funcionário demitidos no último dia 25. Longen explicou que a reativação é necessária para que o Independência possa receber os R$ 240 milhões de crédito com a União referente a da Lei Kandir e assim honrar a dívida com os pecuaristas do Estado que chega a R$ 46 milhões. "A unidade tem de estar em operação antes do dia 1° de maio para que o governo federal possa liberar esse ativo".

Hoje é a vez da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) se reunir com o Independência para discutir as medidas que serão adotadas para cobrança do crédito com o frigorífico. Antes de suspender as atividades no Estado, a companhia era responsável por mais de 20% dos abates na região.

A ajuda do governo é considerada positiva para o setor passar sem grandes desgastes pelo período de instabilidade econômica. "Nós acreditamos que os sobreviventes da crise que assola o setor obtenham sucesso em uma indústria sujeita aos altos e baixos das commodities, aos problemas com sanidade e à vulnerabilidade de políticas internacionais para o comércio", diz José Luis Villanueva, diretor da Fitch Ratings.

Chile

Dezesseis plantas frigoríficas brasileiras foram habilitadas para exportar carne bovina in natura ao Chile. Localizados em Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo, os frigoríficos deverão dar início aos embarques do produto já nos próximos dias. Inácio Kroetz, secretário de Defesa Agropecuária, destaca que o Chile foi grande importador de carne bovina in natura, até 2005, e chegou a comprar do Brasil mais de 100 mil toneladas por ano.



Fonte: Portal DBO

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