13/4/2009
Frigorífico cria técnica para a carne fresca durar mais tempo na geladeira

Imagine uma carne fresca durar três vezes mais tempo dentro da geladeira. Pois é, isso já é uma realidade no mercado brasileiro. A novidade é o destaque em um frigorífico de Promissão, que buscou na Unicamp, Universidade de Campinas, uma parceria para desenvolver a técnica, já há bastante tempo explorada nos Estados Unidos e Europa.

Fresquinha, só se for para consumo imediato. Na geladeira, a carne dura poucos dias. Daí, tem que ir para o congelador. Para muita gente, depois disso a qualidade já não é mais a mesma.

De olho nesse consumidor, um frigorífico na cidade de Promissão investe na tecnologia da atmosfera modificada, que aumenta em até três vezes a durabilidade do produto sem a necessidade de congelar. A técnica foi desenvolvida em parceria com uma pesquisadora da Unicamp.

A carne é colocada em bandejas especiais, totalmente impermeáveis, e vai para a máquina. Lá dentro é feita uma espécie de inversão da composição do ar atmosférico. Se no meio ambiente o ar é composto basicamente por nitrogênio e oxigênio e pequenas quantidades de outros gases, como o gás carbônico, nas bandejas é injetado praticamente só o gás carbônico. Esse processo elimina as condições de sobrevivência dos microrganismos presentes na carne, aumentando a durabilidade.

Somente a troca de gases não é suficiente para garantir que a carne fique tanto tempo na geladeira sem estragar. O processo começa bem antes.

Para que o produto com atmosfera modificada dure todo esse tempo, é essencial que a origem esteja próxima da embalagem, que fica dentro do frigorífico. Neste processo, quanto menor a quantidade de ambientes que a carne passar, menor o risco de contaminação e maior a durabilidade.

Mas, essa tecnologia tem um preço. A carne embalada em atmosfera modificada fica em média 25% mais cara para o consumidor. Por isso, ainda é um mercado segmentado. Das 230 toneladas produzidas todos os dias pela empresa, apenas uma é embalada com atmosfera modificada. Uma realidade que deve mudar em breve, acredita o diretor do frigorífico Roberto Mulbert.


Fonte: Campo News

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