23/3/2009
Mato Grosso deixa de movimentar R$ 4,2 bilhões com fechamento de frigoríficos

Segundo estudos feitos pelo Imea - Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, 35% da capacidade de abate de bovino de corte estão paralisados. Este percentual corresponde à suspensão das atividades de 15 unidades frigoríficas no estado.
De acordo com o Imea, Mato Grosso possui hoje 50 unidades frigoríficas com capacidade de abate de 37.154 cabeças por dia. Deste montante, 38 unidades estão habilitadas para exportar carne, o que representa uma capacidade de abate de 34 mil cabeças ao dia, e 15 plantas estão paradas por situações de recuperação judicial. Essas 15 unidades abatem em média 13 mil animais, ou seja, 35% da capacidade de abate do estado.
Levantamento do Imea mostra que as regiões mais afetadas são o nordeste e o noroeste. Elas concentram 40% do rebanho bovino do Mato Grosso, com 9,8 milhões de animais.
Considerando que o estado abatia anteriormente 100%, comparando com a realidade de hoje, num período de um ano, Mato Grosso deixa de gerar cerca de R$ 4,2 bilhões só na comercialização dos produtos. Ou seja, o estado está deixando de ganhar 37% de todo o faturamento do segmento.
Seneri Paludo, superintendente do Imea, explica que a suspensão das atividades dos quatro grupos frigoríficos que pediram a recuperação judicial (Arantes, Margem, Independência e Quatro Marcos) se reflete diretamente em vários setores, principalmente na arrecadação de impostos. Só de ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, são 19% que deixam de ser arrecadados, uma perda de R$ 37 milhões. Outro reflexo está relacionado às questões sociais. As demissões nos 15 frigoríficos já atingem 4,8 mil funcionários registrados. Ainda há mais 4,2 mil funcionários que estão suscetíveis às dispensas. Com base em estudos econométricos, o Imea calcula ainda que 39 mil trabalhadores indiretos estejam afetados com a crise.

Fonte: Agência Safras

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