11/3/2009
GO: Faeg quer audiência pública para discutir crise na cadeia bovina

Uma audiência pública será solicitada na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados para discutir a crise no setor de pecuária de corte. A decisão foi tomada depois que a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e o Fórum Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniram com representantes de associações de pecuaristas e entidades que representam a classe em Goiás, na manhã desta terça-feira (10), na sede da Federação, em Goiânia (GO).
O setor produtivo da carne quer que as concessões de recursos oficiais a indústrias frigoríficas, em recuperação judicial, estejam condicionadas ao pagamento dos pecuaristas que forneceram animais ao abate. Segundo o presidente da Faeg, que coordenou a reunião desta terça-feira e logo após concedeu entrevista coletiva à imprensa local, José Mário Schreiner, desde o último semestre de 2008, cinco dos mais importantes grupos frigoríficos que atuavam em Goiás fecharam suas plantas ou pediram recuperação judicial, alegando impossibilidade de quitar os débitos com os fornecedores (produtores rurais).
“Nesses casos, a indústria recebe recursos para se recuperar, mas precisa quitar seus débitos com o pecuarista. Apesar de a lei de recuperação judicial proteger a empresa e lhe garantir continuidade nas atividades, ela precisa de aprimoramento, senão pode ser utilizada para calotes oficiais”, alerta Schreiner.
Quinze plantas frigoríficas – com capacidade média de abate de mil cabeças por dia - estão com atividades paradas em Goiás e a dívida estimada da indústria com os pecuaristas no estado é de cerca de R$ 200 milhões. Estimativas da Federação dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação em Goiás apontam que desde julho de 2008 os problemas com a indústria frigorífica em Goiás já causaram cerca de duas mil demissões.
O presidente do Fórum Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, não poupou críticas ao “fácil método” que a indústria adotou para sair do período de crise. “Nossa maior preocupação é que toda e qualquer indústria possa se amparar na lei de recuperação judicial para postergar pagamentos de fornecedores por mais de 20 anos”. Antenor defende que na audiência pública que será solicitada à Comissão de Agricultura da Câmara Federal, representantes do BNDES possam ser ouvidos a respeito dos critérios de concessão de empréstimos e aportes de capital à indústria.

Recomendações
Durante a reunião foi recomendado aos produtores que fiquem atentos a essas indústrias que apresentam problemas e param suas atividades com frequência. Que deem preferência a venda de animais à vista (peso vivo) e que resguardem as negociações com o frigorífico por meio de contratos de compra e venda assinado pelos envolvidos na comercialização.
Participaram da reunião representantes da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), do Sindicato e Organização das Cooperativas do Brasil no Estado de Goiás (OCB-GO), Sindicatos Rurais e Associação dos Fazendeiros do Vale do Araguaia e do Xingu (Asfax).

Fonte: Faeg

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