6/3/2009
Cai exportação de carne bovina

Secretaria de Comércio Exterior mostra que em janeiro receita recua em 53,8% em relação ao mesmo período do ano passado



A crise financeira internacional, que estourou em setembro do ano passado, atingiu em cheio a Rússia, até então considerada como a principal importadora de carne bovina do Brasil porque respondia por quase 40% das exportações brasileiras. Com isso, a queda das vendas foi inevitável e o principal motivo está na falta de créditos para exportação.

O presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná, Péricles Salazar, explica que o Estado tem sofrido as mesmas dificuldades de exportação que o restante do País.

Apesar de em agosto de 2008 o Paraná ter sido habilitado a exportar para a Rússia - motivo pelo qual aumentou as vendas em 161% se comparado com 2007, elevando a exportação para 19 mil e 500 toneladas - a crise e a conseqüente falta de crédito que atingiu aquele país fez com que houvesse grande queda nas vendas.

Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior mostram que em janeiro a exportação de carne bovina rendeu ao Brasil US$ 168,5 milhões, desempenho 53,8% inferior ao mesmo período do ano passado.

Em volume, os embarques de carne bovina recuaram 38,4% no mesmo período, passando de 91,9 mil toneladas em janeiro de 2008, para 56,6 mil toneladas no mês passado.

Ainda sofrendo os impactos da crise, a Rússia perdeu mais uma posição no ranking dos exportadores no mês passado. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, a Venezuela foi o país que mais comprou do Brasil em dezembro, seguida do Irã.

Salazar diz, porém, que o governo brasileiro está abrindo linhas de financiamento. “Aos poucos tudo vai voltar ao normal”, espera. Ele afirma também que o preço do boi deve se manter alto durante o primeiro semestre de 2009.

O motivo é a queda de oferta de cabeças de gado no País pelo fato de que cerca três anos atrás, quando caíram os preços, muitos pecuaristas migraram para o cultivo de cana.

Fonte: O Diário de Maringá

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