5/3/2009
RJ regulamenta trânsito de resíduos para evitar Vaca Louca

Ministério da Agricultura adota junto aos estados medidas para mitigação do risco da doença


A Secretaria de Agricultura do Rio de Janeiro publicou no Diário Oficial desta quarta-feira (4), resolução que regulamenta a habilitação de médicos veterinários, responsáveis técnicos por granjas de aves e de suínos, para a emissão de GTR (Guia de Trânsito de Resíduos).

A legislação, que faz parte das medidas sanitárias da Defesa Agropecuária estadual para evitar a introdução da doença da Vaca Louca em seu rebanho, regulamenta o trânsito do material de origem orgânica proveniente de cama-de-aviário e de resíduos da exploração de suínos.

A veterinária Renata Falcão, gerente do Programa Estadual de Controle e Profilaxia da Raiva dos Herbívoros e Outras Encefalopatias, explica que a doença é provocada pela proteína príon, que pode ser transmitida aos bovinos e ovinos, alimentados com ração contendo farinha de carne e ossos de animais infectados com a doença.

No Brasil, é permitido utilizar ração para alimentar as aves, contendo farinha de carne e ossos ou outros tipos de proteína animal, que podem causar a doença da Vaca Louca. Como parte dessa ração cai na cama-de-aviário, ao utilizar este material para alimentar animais ruminantes, corre-se o risco de transmitir a doença. O mesmo ocorre com os resíduos da exploração de suínos.

A cama-de-aviário é o conjunto do material utilizado para forrar o piso dos galpões de criação das aves, que pode ser de palha de arroz, feno de capim, sabugo de milho triturado ou serragem com as fezes, urina, restos de ração e penas que se misturam com esse material. Apesar de ser uma alternativa mais barata do que outros alimentos normalmente indicados, o Ministério da Agricultura proíbe o seu uso na alimentação de bois, búfalos, cabras e ovelhas.

Embora o Brasil seja considerado livre da doença, cujos primeiros casos foram diagnosticados na Europa, em 1986, o Ministério da Agricultura adota junto aos estados medidas para mitigação do risco da doença. O Rio de Janeiro é o estado pioneiro na legislação própria com medidas para minimizar esse risco.

A Encefalopatia Espongiforme Bovina, mais conhecia como doença ou mal da Vaca Louca, atinge o sistema nervoso, principalmente dos bovinos, fazendo com que fiquem com o comportamento alterado.

A veterinária lembra que outro problema relacionado à cama-de aviário é a possível presença de bactérias, arames, pregos, resíduos de inseticidas e antibióticos, além do risco de provocar o botulismo. Além da morte dos animais e risco de transmissão ao homem, outro grande prejuízo da Vaca Louca está relacionado a questões econômicas. A constatação da doença causa a imediata suspensão da comercialização e exportação da carne.

Fonte: Secretaria da Agricultura do Rio de Janeiro

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