5/3/2009
Técnica permite aproveitamento de espermatozóides de touros mortos

Material pode ser extraído até três dias após a morte do animal4 de Março de 2009

Uma nova técnica desenvolvida por pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em Planaltina, no Distrito Federal, permite a recuperação e armazenamento dos espermatozóides de touros mortos. Assim, torna-se possível manter a genética de animais valiosos que morrem por acidente nas propriedades.

Os primeiros resultados da pesquisa nasceram no final do ano. São dois bezerros gerados através do processo de inseminação artificial com o espermatozóide de bois abatidos em um frigorífico.

A pesquisa começou a ser realizada há três anos e consiste na recuperação dos espermatozóides do epidídimo – região onde se produz os espermatozóides (veja infográfico). Para isso o testículo precisa ser retirado do animal morto e levado a um laboratório especializado no processo.

Segundo o pesquisador da Embrapa, Carlos Frederico Martins, responsável pelo projeto, a viabilidade do esperma depende do tempo que o animal morto permaneceu no ambiente e das características climáticas da região naquele momento. “A forma mais comum de obtenção de espermatozóides do epidídimo de animais mortos é por meio da retirada dos testículos e de seu resfriamento antes da extração dos espermatozóides", explica Martins.

Em média, o material pode ser captado até 24 horas após a morte do animal, caso o testículo seja mantido na temperatura ambiente, ou até três dias após a morte do animal, se o testículo for refrigerado a uma temperatura de 5º C.

Depois de extraído, o sêmen é avaliado e armazenado em galões com nitrogênio líquido a -196º C. Martins conta que o processo “é extremamente importante, pois prolonga a vida útil dos espermatozóides que permanecem em repouso e aumenta o número de animais que podem ser inseminados, uma vez que a amostra original é fracionada e facilita o intercâmbio de material genético”. Cerca de 30% dos espermatozóides podem ser recuperados através da técnica.

Com o sucesso da experiência, ele planeja agora utilizar a mesma técnica em mamíferos silvestres, como o lobo-guará, capivara, jaguatirica e gato-do-mato. “Dessa maneira poderíamos colaborar para preservar espécies que estão diminuindo em nossa fauna”, explica.

Para se beneficiar da técnica, o criador deve armazenar os testículos do touro e procurar laboratórios ou clínicas veterinárias especializadas no procedimento.




Fonte: Campo News

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