2/2/2009
Genética da Índia

Chegará em breve ao Brasil mais uma partida de embriões de bovinos (Nelore, Gir e Guzerá) importados da Índia que deverá proporcionar um incremento genético ao rebanho nacional. A primeira importação de material genético indiano, depois de 1962, chegou ao país em dezembro do ano passado e representa um novo marco na relação comercial, para esse tipo de produto, entre o Brasil e a Índia. Desde 2005, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) empenhava-se na realização de um acordo com autoridades indianas com o objetivo de remover os entraves sanitários e religiosos.
A importação de bovinos da Índia está proibida pelo governo brasileiro desde 1964. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) teme o ingresso de doenças exóticas, que possam comprometer a qualidade e sanidade do rebanho nacional. Por parte da Índia, há o impedimento do comércio por questões religiosas, já que esses animais são sagrados para os adeptos do hinduísmo, crença predominante naquele país. Desde então, várias tentativas de reabertura das importações foram realizadas sem sucesso.
Variabilidade – Com a evolução tecnológica que viabiliza a importação de embriões com risco desprezível de ingresso de doenças no país, em 1998 reiniciaram-se as negociações com o intuito de regular o comércio de embriões de bovinos da Índia. A iniciativa privada pleiteava a importação de embriões zebuínos alegando a necessidade de aumentar a variabilidade (quebra de consaguinidade) para o cruzamento dos animais e, com isso, obter o melhoramento genético do rebanho brasileiro.
Mas só em 2005, depois da criação de um grupo técnico coordenado pelo, hoje, secretário de defesa agropecuária do Mapa, Inácio Kroetz, foi publicada a Instrução Normativa nº 7/2005, que aprovou a abertura da importação de embriões da Índia. Para isso, uma missão técnica da SDA, com representantes da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e de entidades privadas, foi à Índia para conhecer e inspecionar os centros de coleta e processamento de embriões de bovinos.
Adaptação – No Brasil predominam as raças bovinas de origem indiana. A adaptação às condições naturais do país, especialmente no bioma cerrado, onde está a maior parte do rebanho brasileiro, proporcionou qualidade e produtividade à bovinocultura. Além de abastecer o mercado interno, o Brasil é hoje o maior exportador de carne bovina do mundo. “O valor genético das raças zebuínas é facilmente verificado no Brasil dada a predominância que essas raças representam no rebanho nacional. O trinômio cerrado, capim africano e gado indiano é característica do sucesso da pecuária brasileira”, explica o secretário Inácio Kroetz.
O projeto de importação de embriões da Índia é de tamanha importância para o Brasil, que mereceu menção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem oficial àquele país, no ano passado.

Fonte: Ministério da Agricultura

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