21/1/2009
Exportações de couros em 2008 movimentaram US$ 1,88 bi

As exportações brasileiras de couros, em 2008, somaram US$ 1,88 bilhão, receita 14% menor em relação a 2007, quando foram movimentados US$ 2,19 bilhões, segundo dados elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Conforme previsto pelo setor, as vendas externas de couros foram reduzidas em mais de US$ 500 milhões, em relação às expectativas originais da indústria curtidora para este período. No tocante aos couros bovinos, as exportações registraram US$ 1,85 bilhão, decréscimo de 14% nos doze meses de 2008.
A despeito da queda dos embarques, a contribuição do setor curtidor para o saldo de US$ 24,73 bilhões da balança comercial brasileira foi expressiva, representando, até dezembro, quase 8% do total.
“No ano passado, a indústria brasileira do couro sofreu com obstáculos que provocaram a queda contínua das exportações, tanto em receita como em volume, devido ao longo período da apreciação cambial, além dos obstáculos provocados pelo Custo Brasil (altas taxas de juros, burocracia excessiva, precariedade do sistema de infra-estrutura etc.), agravada, agora, pela crise mundial”, analisa o presidente do CICB, Luiz Bittencourt.
Na opinião do executivo, as projeções para 2009, em razão da crise que se abate sobre a economia internacional, indicam que este será um período difícil para a maior parte dos agentes econômicos, incluindo o setor curtidor.
“A indústria do couro vem fazendo a sua parte, adotando medidas para se adequar ao novo cenário econômico, com vistas a manter os mercados conquistados, contando, para isso, com o inestimável apoio da ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos”, diz ele.
O executivo, entretanto, lembra que o setor precisa contar com o respaldo das autoridades brasileiras, para criar um ambiente favorável à geração de riqueza, à manutenção de mercados duramente conquistados e a abertura de novos postos de trabalho.
Como medidas para revitalizar o segmento, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil vem propondo ao governo o reajuste no Revitaliza (programa do Governo Federal que concede linhas de financiamento a capital de giro, investimento e exportação), além da agilização nos ressarcimentos de créditos retidos nas exportações.
“Nessa época de incertezas, crédito escasso e negócios reduzidos, o que os setores produtos precisam é de capital de giro”, afirma Bittencourt.

Vietnã aumentou 66% as importações de couro

No ano passado, os principais destinos do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, ambos com US$ 592,77 milhões (31,52% de participação); Itália, com US$ 511,71 milhões (27,22% de participação); e Estados Unidos, US$ 171,66 milhões (9,13%).
De janeiro a dezembro, o Vietnã foi um dos mercados que mais cresceu (66%), somando US$ 89 milhões. Os demais países que adquiriram o produto nacional foram: a Indonésia comprou US$ 60,3 milhões (incremento de 12%), México, que importou US$ 47,12 milhões, enquanto a Alemanha aumentou suas aquisições em 23%, US$ 39,7 milhões, e a Noruega que importou US$ 30,3 milhões do couro brasileiro (aumento de 71%).
O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é uma entidade federativa que representa, há 52 anos, cerca de 800 empresas de produção e processamento de couro. O complexo industrial emprega cerca de 50 mil pessoas, movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões e recolheu impostos da ordem de US$ 1 bilhão em 2007.

Principais estados exportadores

O balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros no acumulado até dezembro, em comparação aos doze meses de 2007, indica que São Paulo continua na liderança estadual (US$ 563,56 milhões, participação de 30% e redução de 28%), seguido pelo Rio Grande do Sul (US$ 509,5 milhões, participação de 27,10% e decréscimo de 4%), Ceará (US$ 186,25milhões, 9,96% e aumento de 30%) e Bahia (US$ 104 milhões, 5,5% e diminuição de 4%). Os demais estados são Paraná (US$ 103,28 milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 101,82 milhões), Goiás (US$ 85,43 milhões) e Minas Gerais (US$ 80,2 milhões).

Fonte: Secex/MDIC/CICB

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