19/1/2009
RS: europeus vistoriam fazendas gaúchas

Um ano após a União Europeia (UE) suspender as importações de carne bovina in natura brasileira, uma missão técnica desembarca amanhã em Brasília, onde tem encontro no Ministério da Agricultura (Mapa). Eles serão divididos em quatro grupos e irão inspecionar, até 2 de fevereiro, fazendas e frigoríficos em oito estados habilitados a fornecer o produto ao bloco. No Rio Grande do Sul, o roteiro passa por Bagé e Dom Pedrito a partir de quarta-feira.
Mapa, certificadoras e pecuaristas estão confiantes que serão aprovados no teste. A reabertura das exportações foi garantida após o aumento no rigor do sistema de rastreabilidade do gado. Nos últimos 12 meses, o índice de reprovação de fazendas que solicitaram habilitação caiu de 60% para 20% no Rio Grande do Sul. Segundo o coordenador do Sisbov no Estado, Gilson de Souza, a cada dez fazendas inspecionadas, oito tornam-se Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sisbov (Eras). Em março de 2008, a aprovação era de apenas quatro. "Pecuaristas e certificadoras melhoraram muito o padrão de controle, mostraram que é possível se adaptar."
Segundo o chefe da Divisão de Sanidade do Mapa/RS, Bernardo Todeschini, além do maior empenho do setor, a integração do serviço de rastreabilidade com os sistemas de defesa sanitária estadual colaborou para o cenário. Os europeus também avaliarão a estrutura de Bahia, Ceará e Pernambuco.
Com as vistorias de 2008, 773 propriedades estão aptas a fornecer aos europeus, 60 delas no Rio Grande do Sul. Segundo especialistas, falta incentivo financeiro para aumentar o rebanho rastreado, de aproximadamente 60 mil cabeças. Apesar do argumento, indústrias garantem que pagam adicional de até 10%. Iniciativas privadas buscam o fomento.
O Frigorífico Mercosul colocou equipes a campo para auxiliar na elevação da oferta. Segundo o diretor da Planejar, Luciano Antunes, o Mercosul solicitou que a certificadora consiga habilitar 3 mil bovinos por semana, oito vezes mais do que o disponível atualmente. "As coisas melhoraram, todos estão mais organizados, lutando menos contra as regras."
Para pecuaristas, as falhas foram reparadas. "Vamos passar devido ao trabalho feito", aposta o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira.

Fonte: Correio do Povo

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