8/1/2009
Confinamento: balanço indica pequeno crescimento na produção

O setor de confinamento que abriu 2008 motivado pela forte tendência de alta nos preços da arroba bovina e perspectiva de elevar sua produção em até 22%, doze meses fecha seu balanço demonstrando crescimento pequeno, de pouco mais de 1,3%, e sinalizando um cenário sem muitas mudanças para 2009. Os motivos são os mesmo que ao longo de todo o ano já vinham sendo anunciados: pouca oferta de boi magro no mercado, alta excessiva no preço dos insumos para alimentação do gado e, por fim, uma crise aguda no sistema financeiro mundial que afeta o crédito e traz incertezas para todos os setores do agronegócio da carne. Ricardo de Castro Merola, presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), entidade que reúne 53 confinadores, em seis estados brasileiros, e que responde por 25% da força do confinamento no país, afirma que essa é a primeira vez em uma década que o confinamento no Brasil cresce abaixo da sua margem histórica de 20% e tal cenário deve se manter inalterado no próximo ano, decorrência de alguns fatores conjunturais como a instabilidade do mercado internacional e a perda de mercados importantes como Rússia e Chile.
Outro fator que preocupa é o comportamento dos preços do boi gordo no mercado futuro que já registra depreciação para a próxima entressafra. No indicador ESALQ/BM&F do boi para outubro de 2009, a arroba está cotada a R$ 85,19, queda de 2,31% no dia na comparação com o preço pago hoje. A mais recente pesquisa de intenção de confinamento realizada com associados da Assocon, durante o mês de novembro, reafirma os efeitos desse cenário pouco otimista no ânimo do confinador.
O resultado do levantamento apresentou fechamento do confinamento em 549.054 cabeças de gado, volume muito próximo ao observado no levantamento realizado em outubro. Além disso, a pesquisa quis saber como ficam as coisas para 2009. Do total de associados ouvidos pela Assocon, apenas 31% têm intenção de aumentar sua produção em 2009, enquanto 61% deve apenas manter a produção atual. Quanto ao comportamento do mercado, a maioria, 61%, acredita que o preço da arroba do boi gordo se mantém estável em 2009 e apenas 23% aponta alta.
Outra questão abordada foram os custos de produção da atividade, onde 53% acham que os insumos para nutrição - que respondem por 30% a 40% dos custos totais do confinamento - devem cair de preço em 2009 e 38% apostam na estabilidade dos preços. Em relação aos insumos em geral, 46% acreditam na queda dos preços e outros 46%, na estabilidade.

Fonte: Jornal Mato Grosso do Norte

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