5/1/2009
Carne bovina: Abiec revê projeção nas exportações para 2009

Devido à crise financeira, a Rússia, hoje responsável por 38% das importações brasileiras, comprará menos.


A queda de 43% nas exportações de carne bovina em novembro é mais um indício de que 2009 será difícil para os frigoríficos. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), foram comercializadas 83.339 toneladas em equivalente carcaça no mês passado, contra 145.798 em comparação com igual período de 2007. Os números da primeira quinzena de dezembro também confirmam o movimento de retração nas vendas externas, inclusive, em faturamento.
Os frigoríficos embarcaram apenas 25.512 toneladas em equivalente carcaça, 33% a menos do que na primeira quinzena de dezembro de 2007. O faturamento também foi 27% menor, reflexo direto da recessão na Rússia e da queda nos preços internacionais. Durante coletiva de imprensa na sede da Abiec, o presidente da entidade, Roberto Giannetti, classificou 2008 como um ano positivo, apesar das dificuldades de acesso ao mercado europeu. O País comercializou 2.022.130 toneladas equivalente carcaça entre janeiro e novembro (14% a menos do que em igual período de 2007), mas faturou 22% mais (US$ 5.009.536 contra US$ 4.095.135).
Já as previsões para 2009 tiveram de ser revistas para baixo. Ao invés de faturar US$ 6,5 bilhões com exportações de carne bovina, o Brasil deverá, na melhor das hipóteses, repetir o desempenho deste ano, mesmo com um possível aumento de vendas para a União Européia e Chile. Giannetti não acredita que a pecuária de corte será seriamente atingida pela crise financeira internamente, mas a queda nas vendas externas é, sim, reflexo dela.
A Rússia foi responsável por 38% das importações de carne bovina brasileira em 2008, mas está passando por um momento muito difícil. Suas reservas cambiais estão sendo queimadas rapidamente para defender o rublo, a fuga de capitais do país foi uma das maiores no mundo e, pior ainda, a poupança russa é feita majoritariamente em dólar ou euro, moedas que passam por forte desvalorização.
Devido à crise, muitos frigoríficos brasileiros tiveram de rever contatos com os russos e conceder-lhes mais prazo para pagamento. "Já estamos à busca de mercados alternativos para compensar uma provável queda nas vendas para esse país", informou Gianetti. Segundo ele, a queda no valor do barril do petróleo ambém preocupa, pois, depois da Rússia, os maiores importadores de carne bovina in natura brasileira são países petroleiros, como Irã e Egito.

Fonte: Portal DBO

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