19/12/2008
Guinada radical no segmento de adubos

Praticamente descartada desde meados de setembro, a possibilidade de a demanda doméstica por fertilizantes quebrar um novo recorde histórico em 2008 foi sepultada de vez após o pífio desempenho das vendas em novembro.
Levantamento da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) mostra que, no mês, as entregas das misturadoras às revendas espalhadas pelo país somaram 1,2 milhão de toneladas, 40,9% menos que em outubro e 49,7% abaixo de novembro de 2007.
Com isso, nos 11 primeiros meses do ano as entregas acumuladas alcançaram 21,4 milhões de toneladas, 6,9% menos que no mesmo intervalo de 2007, conforme informou Eduardo Daher, diretor-executivo da Anda.
Daher ressalva que a comparação com novembro do ano passado é ingrata, uma vez que as vendas estiveram atipicamente aquecidas naquele mês. Mesmo assim o tombo de agora fez barulho, refletiu-se em baixas da importação e da produção nacional e colaborou para elevar estoques.
São esses estoques gordos, de cerca de 6 milhões de toneladas nas mãos das indústrias, talvez a maior fonte de preocupação do segmento no momento. Os preços das matérias-primas estão atualmente em queda - de 40%, em média -, e quando os estoques forem desovados poderão deixar como saldo prejuízos para as empresas.
Basta notar o que aconteceu com a previsão de receita com as vendas de fertilizantes. No primeiro semestre, dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) sugeriam que a receita com as vendas de fertilizantes, até então previstas em mais de 24,6 milhões de toneladas (o volume recorde batido em 2007), poderia chegar a R$ 40 bilhões, puxada também - e sobretudo - pelos elevados preços praticados.
Agora já se fala em R$ 26,4 bilhões, ainda acima dos R$ 17 bilhões de 2007 mas, agora, decepcionantes, principalmente em razão do cenário adverso que se avizinha. Em dezembro, estima a Anda, as vendas deverão somar cerca de 1 milhão de toneladas. Houve sinais de melhora no mês.

Fonte: Valor Econômico

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