1/3/2006
Novo índice de produção vai gerar desapropriação em massa, diz MNP

Segundo Leal, hoje o País possui a agropecuária mais desenvolvida do mundo, com a produção anual de grãos e oleaginosas mais que dobrando desde o começo dos anos 90, devendo chegar neste ano a 124 milhões de toneladas. Entre 1991 e o ano passado, a área plantada cresceu apenas 28,9%.

De acordo com ele, houve, portanto, um notável aumento de produtividade, que permitiu derrubar os preços ao consumidor e impulsionar as exportações. "Temos tecnologia e produtores capacitados. Nossos técnicos da Embrapa, por exemplo, estão indo ensinar técnicos de paises do primeiro mundo como a nova Zelândia. Hoje a agricultura representa 42% da balança comercial brasileira. Então, o governo quer trocar tudo isso por uma agricultura rudimentar e de sistema socialista?", pergunta.

Para o produtor, a intenção do governo é alterar a quantidade de unidades animais por hectare, e os índices de produtividade das culturas de soja, cana-de-açúcar e demais culturas. O setor está descapitalizado e tem usado baixa tecnologia. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mesmo com produtividade abaixo da média histórica do país, a safra 2005/06 deve ser recorde. "Estamos quebrados, mesmo assim produzindo. Então, como o governo vai fazer um negócio desses neste momento? O interesse é outro", conclui.

Outro aspecto que está causando perplexidade ao dirigente do MNP é a notícia de que o governo federal esta começando a confiscar bens de pequenos e médios agricultores que não conseguiram quitar as primeiras parcelas da Securitização da Dívida Agrícola e do Pesa (Programa de Saneamento de Ativos). "Porque os pequenos produtores não estão sendo enquadrados no mesmo tratamento dado aos assentados? Hoje, os assentados recebem linhas especiais com juros 0,4% ao ano e ainda com rebate de 50%, se pagarem antecipado. Por outro lado, o pequenos produtor, para financiar suas atividades, quando consegue linha pública, paga 8,75% ao ano, mas não pode financiar toda sua necessidade, então, é obrigado a procurar recursos no mercado com esses juros aí que estamos vendo", conclui

Fonte: Olhar Direto

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