4/12/2008
Pecuária de corte: Confinamento crescerá pouco em 2008

Esse é o número esperado para 2008 pela diretoria da Assocon (Associação Nacional dos Confinadores), entidade que reúne 52 pecuaristas de seis Estados brasileiros (SP, MS, MT, GO, MG e PR). Como a entidade responde por cerca de 25% do gado confinado no País anualmente, a estimativa de cabeças confinadas é de 2,2 milhões, número também inferior às 2,5 milhões estimadas no ano passado.
Por quê um crescimento tão pífio, se no início do ano se esperava que o avanço fosse superior a 20%, com os preços da arroba ganhando fôlego? Resposta: falta de boi magro, com conseqüente alta no preço dessa categoria, fundamental para a engorda no cocho. "O boi magro chegou a custar R$ 110 a arroba, mais, portanto, do que a do boi gordo", informou Ricardo de Castro Merola, presidente da Assocon, durante entrevista coletiva nesta terça-feira, 2, em São Paulo, por ocasião da segunda assembléia geral da entidade. "Sabíamos que o custo do boi magro seria mais alto este ano, mas não nessa proporção", justificou.
Segundo Fábio Dias, diretor da entidade, este vai ser o primeiro ano, em muitos, em que não haverá crescimento significativo da engorda de cocho. E é provável que o ritmo continue lento nos próximos anos. "Não dá para fazer mágica com a matemática. Para haver uma recomposição de rebanho, com oferta de bois gordos a partir de vacas que estão emprenhando agora, demora-se de 3,5 anos a 5 anos. Portanto, é ilusão achar que vai ter mais bois magros no ano que vem ou em 2010", sentenciou.
Por conta da oferta menor de gado para abate, a direção da Assocon calcula que os frigoríficos estejam com uma capacidade ociosa de 50% (a total seria de 70 milhões de cabeças/ano). O quadro pode ficar mais ou menos sombrio, dependendo do humor do mercado consumidor de carne. Na esfera internacional, espera-se que haja uma redução, por causa do impacto da crise financeira. Mas Juan Lebrón, diretor-executivo da entidade, não acredita que ela será muito grande. No interno, o presidente Ricardo Merola acredita que esteja estável.
A boa expectativa dos confinadores para o próximo ano é de que os custos de produção ficarão mais baixos, em função da queda dos preços das principais commodities, milho especialmente. "A decisão de plantar milho para silagem é agora, mas muita gente poderá nem plantar, porque o preço baixo do grão será mais compensador para a compra", avalia Fábio Dias. Pesquisa feita recentemente com os associados da Assocon apontou que 53% acreditam que o preço dos insumos vai baixar e 38%, que eles ficarão estáveis. Enquanto isso, 60% dos entrevistados acham que os preços da arroba ficarão estáveis também.


Fonte: Portal DBO

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