18/11/2008
Estudo inédito apura perdas reprodutivas em gado de cortePfizer

As perdas reprodutivas nos rebanhos brasileiros têm sido assunto de muita discussão entre técnicos. Porém, os números em gado de corte não eram conhecidos e havia grande dificuldade em avaliar os prejuízos. Para entender melhor este problema, a Divisão de Saúde Animal da Pfizer realizou um levantamento de amplitude, considerado inédito no Brasil, sobre as perdas reprodutivas em gado de corte: mais de 300 mil prenhezes, de 113 fazendas, localizadas em 11 Estados diferentes.
“Quando avaliamos o número de vacas paridas e comparamos ao número de vacas gestantes no final da estação de monta, observamos uma perda média de 6,4%”, revela Rodrigo Valarelli, gerente de produtos e desenvolvimento local da Unidade de Negócios Bovinos da Divisão de Saúde Animal da Pfizer. Realizado pela equipe de veterinários da empresa entre 2006 e 2008, o estudo traz uma base de informações significativas para os produtores, ampliando o conhecimento sobre a ocorrência do problema.
De acordo com os dados obtidos pelo levantamento, das 308.698 prenhezes avaliadas, constatou-se a ocorrência de 288.900 partos. Assim, 6,4% ou 19.798 animais não pariram. “Vale lembrar que essa perda avaliada é referente ao período final da gestação”, lembra Valarelli. “Porém, de acordo com estudos realizados em gado de leite, sabe-se que cerca de 60% a 70% das perdas ocorrem nos primeiros 60 dias da gestação – um indicativo de que o problema seja muito maior do que os 6,4% observados”, alerta.

Causas
Entre as possíveis causas dessas perdas estão as doenças reprodutivas, como a IBR (Rinotraqueíte Infecciosa Bovina), BVD (Diarréia Viral Bovina) e leptospirose, cuja prevalência nos rebanhos é extremamente elevada, de acordo com dados do Probov, um programa Pfizer de diagnóstico e apoio à sanidade bovina. Os números de positividade dessas enfermidades no Brasil são semelhantes aos encontrados no resto do mundo. Porém, em outros países é feito o controle vacinal. Alguns sinais indicativos da presença dos agentes da IBR, BVD e leptospirose são: repetição de cio, vulvovaginite, abortos e nascimento de bezerros fracos ou com anomalias.
“Nos casos de aborto tardio, entre 85% e 90% das causas são as doenças infecciosas – a maioria delas não tem cura”, aponta Jorge Bangel, professor da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Por isso, não há meio termo neste caso: ou se faz a prevenção com vacinação, ou haverá muitos abortos tardios provocados por essas doenças”, enfatiza Bangel.
Vale lembrar que existem duas realidades diferentes: uma é a reabsorção embrionária, normalmente nãoobservada pela maioria, que ocorre no início da gestação e é geralmente causada por IBR, BVD e leptospirose. A segunda realidade é o aborto tardio e visível, entre os quais entram as mesmas doenças.

Fonte: Campo News

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