21/10/2008
Suma roxa está matando o gado na região de Governador Valadares/MG

O pecuarista Waldir Pereira escreveu para o Globo Rural pedindo informações sobre a suma roxa, uma planta tóxica que está matando o gado na região de Governador Valadares, Minas Gerais. Nós fomos conhecer o problema de perto.

Trezentas e cinqüenta cabeças de gado e um grande problema. É assim na propriedade do agricultor Waldir Pereira. Desde quando começou o período de seca ele luta contra a suma roxa, um inimigo que brota em meio ao pasto. É uma erva em forma de cipó que costuma nascer nos topos de morro. A planta é tóxica para o gado.

Só no ano passado o produtor perdeu 40 vacas. Por causa disso, ele começou a exterminar a erva com a ajuda do vaqueiro e o auxílio de um herbicida.

“Eu estou prevenido. Eu já matei alguns pastos, mas ainda faltam muitos. O remédio e a mão-de-obra são caros”, disse Pereira.

De acordo com o IMA, Instituto Mineiro Agropecuário, é difícil quantificar a mortalidade do gado em função da erva porque os produtores rurais não são obrigados a notificar as ocorrências junto ao instituto, mas estima-se que a suma roxa chegue a matar quase 10% de todo o rebanho.

Claudionor Gomes trabalha como vaqueiro há sete anos e já se cansou de ver gado morrer por causa da planta. “Se tiver no local, a gente tem ir só olhar. Se mexer ele morre. Então, deixa ele ficar a vontade. Se mexer, com certeza ele morre”, falou.

O agrônomo do IMA, Carlos Fernando, explica que são as propriedades tóxicas que matam o gado e que para esse tipo de problema não há solução. “Um dos procedimentos que o produtor pode adotar e fazer com que o animal se movimente o menos possível. Ao movimentar ele vai estar ativando as substâncias tóxicas que ingeriu da folha da sumo roxa e vai fazer com que haja uma parada cardíaca do animal. Então, essas áreas devem ser evitadas. Quando iniciar uma infestação, procurar controlá-la rapidamente para que ela não se espalhe por toda a propriedade”, orientou.

Em outras regiões de Minas a suma roxa é conhecida como salsa rosa ou rama amarela. Na Bahia, é chamada de quebra-bucho ou péla-bucho.


Fonte: Globo Rural

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