19/9/2008
Leite: Setor quer que o governo sustente os preços

Sem medidas oficiais de apoio à comercialização, não será possível escoar o excedente de produção.

"Estimulado pelo mercado, o produtor aumentou em 20% a sua produção, de janeiro a julho deste ano, e agora não consegue preço suficiente para cobrir seus custos", afirma o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados e da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim.
A destinação de R$ 300 milhões para Empréstimo do Governo Federal (EGF) é outra reivindicação do setor que será levada ao governo pela Câmara Setorial. Além disso, serão encaminhadas propostas para operacionalização de R$ 100 milhões para retirar do mercado cerca de um bilhão de litros de leite, por meio dos Contratos Privados de Opção de Venda (Prop).
Segundo Alvim, o aumento expressivo da oferta de leite sem o crescimento correspondente das demandas interna e externa geraram excedentes de produção e, por conseqüência, a queda dos preços pagos ao produtor. Dados do Cepea/USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo) confirmam que o leite foi vendido, em agosto de 2008, a preços 15% menores do que em agosto do ano passado.
Para enfrentar essa crise de renda que atinge o setor, a Câmara Setorial decidiu solicitar, entre outras medidas, a ampliação das compras governamentais para os programas sociais de distribuição de leite e derivados. "Ações emergenciais de apoio à comercialização poderão salvar a produção de leite no Brasil", diz Rodrigo Alvim. A implantação do programa de marketing institucional, com a participação de produtores e indústrias, além de eventual parceria do governo, é outra medida incluída no documento elaborado nesta quinta, 18, pela Câmara Setorial para ser entregue ao Executivo.
Também serão solicitadas ações efetivas dos governos federal e estaduais para o combate à fraude e à comercialização do leite informal. É necessário, ainda, que se dê agilidade à implantação da reforma tributária, para coibir os efeitos negativos da guerra fiscal, que atinge principalmente os Estados exportadores.


Fonte: Portal DBO

Voltar