15/9/2008
Indústria: No MT, frigoríficos encerram operações

Para o presidente da Acrimat, Mário Cândia, situação pode gerar uma concentração de empresas no Estado.

Quatro plantas estariam com as portas fechadas e com saldo de demissões de aproximadamente 3 mil trabalhadores, informa o "Diário de Cuiabá". De acordo com o Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado, a escala de abate, motivada pela falta de matéria-prima, registra recuo de cerca de 20% a 30%, o suficiente para o segmento entrar em crise. A alta da arroba do boi - cerca de 31% no acumulado do ano, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) - também tem influência negativa sobre o equilíbrio financeiro das empresas.
Já fecharam as portas a unidade do frigorífico Margen, em Barra do Graças e outras três do frigorífico Quatro Marcos, a maior em atuação em Mato Grosso. Das seis plantas de abate, três estariam em processo de desativação e já com as operações diárias paralisadas. As unidades fechadas têm capacidade de abate para até mil cabeças dia cada uma e estão localizadas em Cuiabá, Juara e Alta Floresta. Todas as seis unidades são habilitadas para exportação, pois possuem o Serviço de Inspeção Federal (SIF).
Luiz Antônio de Freitas, presidente do Sindicato das Indústrias (Sindifrigo), avalia a questão. "É lamentável que a situação tenha chegado a este ponto", diz. O presidente confirmou que as lacunas existentes nas escalas de abate, por falta de boi e a elevação da arroba, "fizeram mal à saúde financeira de algumas empresas. Mas sabemos que as plantas tentaram de tudo antes de decidir pela paralisação. Foram férias coletivas, redução no quadro de funcionários e até redução nas operações de abate para três vezes por semana", argumenta Luiz Antônio.
O presidente da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), Mário Cândia, também manifestou pesar com o momento atravessado pelo braço industrial da cadeia produtiva. Porém, Mário demonstrou também preocupação com a possibilidade de concentração no Estado, com poucos grupos dominando o abate. "Cada planta que deixa de existir deixa aberta uma porta que um grupo dominante expanda suas atividades. Corremos esse risco agora. A concentração não é boa nem para o produtor e nem para o consumidor", alertou o dirigente.


Fonte: Portal DBO

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