28/8/2008
Carne bovina: Preços sobem muito mais na indústria

Os preços no atacado de SP sofreram os maiores aumentos entre fevereiro de 2003 a junho de 2008.

Neste período, o Indicador Esalq do preço da arroba do boi gordo em São Paulo acumula alta de 61%, enquanto o preço do dianteiro subiu 103,61%, o da ponta de agulha 89,47%, o da carcaça casada 73,02% e o do traseiro 55,1%. O economista Paulo Sérgio Mustefaga, assessor técnico do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, lembra que o ano de 2003 marca o início do processo de perda de renda da pecuária de corte brasileira.
Na análise de Paulo Mustefaga, os preços da carne bovina ao consumidor também subiram menos do que os preços no atacado, indicando que o comércio varejista não vem conseguindo repassar integralmente ao consumidor o aumento de preços dado pelas indústrias frigoríficas. "Já o aumento maior dos preços no atacado em relação aos da arroba do boi gordo demonstra, no entanto, que as indústrias frigoríficas vêm aumentando seus preços em proporção superior aos aumentos dos preços pagos aos produtores rurais", revela o economista.
Já nos últimos 12 meses, de julho de 2007 a junho de 2008, a arroba do boi gordo teve um reajuste de 40,8%, de acordo com o Indicador Esalq, calculado para SP. Na avaliação de Paulo Mustefaga, "a atual alta dos preços do boi gordo reflete unicamente a escassez de oferta de animais para abate, ocasionada pelo desestímulo na pecuária nos últimos anos, em decorrência dos baixos preços e da perda de rentabilidade do setor".
O economista ressalta ainda que, enquanto os preços da arroba do boi gordo subiram 61% no período de fevereiro de 2003 a junho de 2008, o custo operacional total (COT) da pecuária de corte subiu, em média, 73,76% até o mês de maio de 2008, o que significa que o produtor rural ainda não recuperou toda a perda do período. "A tendência é que a pecuária de corte continue o processo de recuperação de preços nos próximos três anos, o que deverá atrair novos investimentos para o setor e contribuir para o equilíbrio entre a oferta e a demanda", acredita o assessor técnico da CNA.
28/8/2008


Fonte: Portal DBO

Voltar