22/2/2006
Preparativos para sacríficio no PR começam hoje


Segundo o superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, Valmir Kowalewski de Souza, o sacrifício dos animais ainda não tem data para acontecer. Isso porque ainda há uma pendência judicial. Agora, será feita a abertura das valas - que já tem laudo do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) - e o isolamento das valas com uma manta texturizada de dois milímetros de espessura para impermeabilizar e conter o chorume das carcaças dos animais.

Procurado pela reportagem, o proprietário da fazenda, André Carioba Filho, disse que foi ele mesmo quem sugeriu ao vice-governador Orlando Pessuti, secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), que os trabalhos para abertura das valas já fossem iniciados porque são demorados. Segundo ele, as constantes chuvas que têm atingido a região não devem estragar as valas, caso o sacrifício demore para ocorrer.

Sacríficio - O Mapa já autorizou o governo do Estado a sacrificar os 4,5 mil animais que fazem parte das seis fazendas nas quais foram detectados novos focos de aftosa. Mas, também não há uma previsão de prazo para este abate acontecer. "Qualquer previsão no momento é futurologia", disse o superintendente do órgão.

A mesma Comissão de Avaliação, Taxação e Sacrifício que está atuando sobre o caso da Fazenda Cachoeira vai atender as fazendas nas quais foi detectado foco de aftosa. Para estas seis fazendas serão realizados os mesmos procedimentos, ou seja, avaliação do preço do rebanho e posterior encaminhamento para o sacrifício. A comissão é formada por dois representantes do Ministério da Agricultura, dois da Secretaria Estadual de Agricultura (Seab) e dois da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

Souza fez um apelo para que os produtores das seis novas fazendas atingidas pelo foco de aftosa permitam o abate. "Precisamos que o Paraná retome as exportações o mais rápido possível e que o Brasil não seja prejudicado", declarou. Ele afirmou que os proprietários que têm fazendas atingidas pelos novos focos vão ser indenizados a preço justo, ou seja, preço de mercado.

Souza disse ainda que o valor de R$ 17 milhões que o Fundo de Desenvolvimento Agropecuário (Fundepec) tem em caixa, será suficiente para indenizar os proprietários das sete fazendas, incluindo a Cachoeira. O superintendente do Ministério da Agricultura disse que não acredita no surgimento de novos focos. "Não há nenhuma possibilidade. Nenhum sinal clínico nem lesões em animais", declarou. Segundo ele, quatro meses é o suficiente para afirmar que não há mais focos "" com total segurança"".

Prejuízos - Nesta terça-feira faz quatro meses que foram anunciadas as primeiras suspeitas de aftosa no Estado. O economista do Sindicato da Indústria de Carne do Estado do Paraná (Sindicarne), Gustavo Fanaya, disse que o prejuízo que o Estado acumula nestes quatro meses em exportações de bovinos, suínos e frango chega a US$ 93 milhões ou R$ 197 milhões. Além disso, o Paraná perdeu mais R$ 100 milhões pelo fato de não poder vender carne para os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul que criaram barreiras aos produtos paranaenses. O total do prejuízo é de quase R$ 300 milhões, somando os dois valores. Ele acredita que os seis focos não devem afetar mais as exportações porque vários países já embargaram produtos brasileiros. (fonte: Folha de Londrina)


Fonte: O Fazendeiro

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