5/8/2008
Negócios com boi lideram na BM&F

São Paulo, 5 de Agosto de 2008 - Impulsionado pela proximidade com o período da entressafra, quando o mercado atinge grande volatilidade, os volumes dos contrato futuros e de opções do boi gordo alcançaram novo recorde no acumulado de janeiro a julho com um crescimento de 560% em relação ao período anterior. No total, foram negociados pouco mais de 1 milhão de contratos no período, que atingiram a receita de US$ 16,9 bilhões, 404% maior em comparação ao ano anterior
"O pico da safra do boi é de abril a junho e a entressafra fica entre setembro e novembro. Nesses períodos, os contratos atingem grande liquidez porque é a época onde se busca fixar os preços das entregas", revelou Rodrigo Simões, diretor da Guepardo investimentos. Ele acrescenta que esse tipo de contrato passou a ter grande liquidez após a entrada de novos frigoríficos no mercado. Só no ano passado foram feitas três Ofertas Iniciais de Ações (IPO, sigla em inglês) de frigoríficos de grande porte. Com isso, eles abriram mesas de negociações que ajudaram a inflar o mercado", avalia.
O diretor ressalta que o grande atrativo deste contrato é que ele não exige a entrega física do produto. Assim, o investidor só precisa pagar a diferença no final do contrato. "Diferentemente do café, que se não conseguir liquidar todos os papéis precisa receber o produto fisicamente".
Na comparação entre julho deste ano com o mesmo período do ano passado, o volume negociado de futuros e opções cresceu 213%, saltando de 66 mil para pouco mais de 207 mil em 2008. Já a receita passou de US$ 731 milhões para US$ 3,7 bilhões em 2008. Para o diretor, esse crescimento veio para ficar. Para ele, mesmo com o ciclo de baixa oferta motivado pelo abate das matrizes a tendência é de que o mercado continue com boa volatilidade. "A migração do capital de fundos de investimentos do mercado de ações para o agrícola, além da abertura de tesourarias de banco na Bolsa devem sustentar essa volatilidade".
Simões disse que existem os confinadores que precisam fazer hedge como instrumento de proteção e que o mercado está cada vez mais profissionalizado. "Todos estão focado na safra e entressafra". Até o final do ano a expectativa é que o boi fiqe no mesmo patamar do café.
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 10)(Roberto Tenório)



Fonte: Gazeta Mercantil

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