21/2/2006
Ministério confirma seis focos de aftosa no Paraná

Quatro meses depois das primeiras suspeitas sobre o registro de febre aftosa no Paraná, o Ministério da Agricultura confirmou ontem outros seis focos da doença no Estado. O único caso reconhecido até então, declarado em 6 de dezembro, tinha sido diagnosticado na fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira.

Os seis novos focos foram diagnosticados em propriedades dos municípios de Bela Vista do Paraíso, Grandes Rios, Maringá e Loanda, como antecipou o Valor na última sexta-feira. O rebanho total das propriedades soma aproximadamente 4,5 mil animais, localizados nas fazendas Flor do Café (Bela Vista do Paraíso), Santa Izabel (Grandes Rios), Cesumar e Pedra Preta (Maringá), Alto Alegre e São Paulo (Loanda).

Para evitar entraves nos principais países importadores, os novos focos, oficialmente comunicados no domingo à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), estão sendo tratado como "confirmação das suspeitas" feitas pelo vice-governador do Paraná, Orlando Pessuti, em 21 de outubro. "Não há novos focos, mas a confirmação das suspeitas que o próprio Estado comunicou", afirmou o secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Maciel.

O Ministério da Agricultura, segundo ele, já autorizou o governo do Paraná a sacrificar os animais. Mas há temor do ministério sobre novos processos judiciais contra os abates, o que atrasaria ainda mais a reabertura dos mercados internacionais para a carne do Estado e também poderia afetar o país.

O ministério informou ontem que para confirmar as suspeitas houve uma "exaustiva" investigação epidemiológica em dez propriedades rurais do Estado, todas com uma "nítida vinculação" com foco da doença registrado no Mato Grosso do Sul no início de outubro. A investigação foi feita com apoio do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa).

Segundo o Departamento de Saúde Animal, a partir de 27 de setembro, os animais originários do Mato Grosso do Sul permaneceram por oito dias numa fazenda de Bela Vista do Paraíso, de onde foram enviados para um leilão em Londrina (PR). Em seguida, no início de outubro, foram vendidos. "Todas as propriedades que receberam bovinos do referido leilão foram investigadas pelo serviço veterinário do Paraná", informou o ministério.

Gabriel Maciel explicou que os testes laboratoriais de 2.205 amostras de sangue colhidas nas dez fazendas resultaram na identificação de cinco propriedades que adquiriram animais do leilão de Londrinas. A partir disso, foi realizada investigação epidemiológica complementar durante todo o mês de janeiro, para identificar anticorpos contra proteínas não-estruturais, que caracterizam o vírus da febre aftosa.


Valor Online


Fonte: Olhar Direto

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