31/7/2008
Rodada de Doha: País deve focar acordos bilaterais e medidas não tarifárias

Com a falta de um consenso, Brasil deixa de ganhar perto de US$ 5 bilhões com exportações.

Após mais uma tentativa fracassada de liberalização do comércio mundial na Rodada Doha, é preciso clareza nos caminhos a seguir. Matheus Zanella, da Comissão Nacional de Comércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), aponta duas medidas. A primeira é dar prioridade aos acordos bilaterais, inclusive aproveitando ofertas já realizadas durante as reuniões e, em segundo, cuidar para que barreiras não tarifárias sejam impostas. Com isso, o País poderá manter o crescimento das exportações do agronegócio e da produção de alimentos.
Zanella acompanhou as discussões em Genebra e estima que as perdas ao País pela falta de um acordo sejam de aproximadamente US$ 5 bilhões em exportações. No entanto, os maiores danos são difíceis de mensurar, como aqueles oriundos dos subsídios praticados pelos países desenvolvidos. Em sua avaliação, a retomada das discussões sobre a abertura do comércio internacional deve demorar alguns anos.
O País deve intensificar, como aponta Zanella, ações voltadas para os temas sanitários, como os programas de combate à febre aftosa para ampliar as vendas externas de carne bovina e o controle de outras enfermidades. Além da preocupação com questões ambientais e trabalhistas, o Brasil deve priorizar processos como o de certificação, cada vez mais exigidos no mercado externo, comprovando a origem e a segurança dos produtos nacionais. "Temos que continuar mostrando que o nosso agronegócio é sustentável", diz o assessor

Fonte: CNA

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