29/7/2008
Internacional: Proposta da Rodada de Doha não agrada

Texto apresentado na sexta-feira, 25, gerou descontentamento entre países do bloco dos emergentes e ao agronegócio brasileiro.

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA-Brasil) considera que até agora não existem expectativas de um acordo razoável para o setor nas atuais negociações da Rodada de Doha. No texto de sexta feira, houve retrocessos em alguns pontos centrais das ambições brasileiras.

O principal foi a ausência de um acerto sobre o corte de tarifas de importação do setor agrícola dos países mais ricos. Também não estava mencionada a possível redução ou eliminação da escalada tarifária (progressiva elevação das alíquotas a cada etapa de agregação de valor ao produto).

Segundo Gilman Viana, secretário de Agricultura de Minas Gerais e presidente da Comissão de Comércio Exterior da CNA-Brasil, além dessas omissões, a proposta de acordo contemplou duas exceções capazes de anular o interesse do setor agropecuário.

A primeira foi a decisão de permitir aos países em desenvolvimento - em especial, a China, a Índia e a Indonésia, que são importadores de alimentos - a preservação da proteção comercial para 12% de seus produtos agrícolas. A segunda foi a autorização para que os países desenvolvidos - em especial, a União Européia e o Japão - mantenham sob proteção 4% de seus produtos agrícolas. Certamente ai entrarão, de acordo com Viana, carnes, açúcar, o milho, o leite e o trigo. Ele também criticou a lista de exceções e os tetos de subsídios aos produtores dos Estados Unidos e União Européia.

Por outro lado, China voltou atrás ao que vinha sinalizando e disse que se nega a abrir seus mercados a três importantes produtos -açúcar, algodão e arroz. O Brasil, a Índia, Tailândia e países africanos não gostaram.

As negociações continuam provavelmente até quarta feira. Informações da Agência Estado e Correio Brasiliense.



Fonte: Portal DBO

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