7/7/2008
Pecuária mato-grossense entra em novo ciclo de crescimento

A pecuária é um bom exemplo de que Mato Grosso avança em direção a uma nova realidade econômica nos próximos anos. O setor, após passar um período de crise pelo menos nos últimos três anos e chegar ao fundo do poço no ano passado – como definiu o próprio segmento -, deu uma guinada de 180º graus e hoje vive o seu melhor momento. Os preços da arroba do boi gordo tiveram valorização acima de 100% e o setor voltou a investir em tecnologias e melhoramentos genéticos. Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 26 milhões de cabeças.

“Estamos no início de um novo ciclo em Mato Grosso”, proclama o vice-presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Estado (ACN/MT), José João Bernardes. Para ele, a pecuária mato-grossense deve se recuperar “não via abertura de novas áreas, mas utilizando-se de melhor tecnologia, com maior adubação, melhor manejo e genética mais avançada, buscando-se o aumento de produtividade”.

O presidente do Fundo de Apoio à Bovinocultura de Corte (Fabov), Júlio Rocha, e o ex-presidente da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), Jorge Pires de Miranda, concordam que a pecuária ingressou neste novo ciclo. “Precisamos trabalhar a melhoria das pastagens, adubação, calagem, manejo e rastreabilidade do rebanho”, frisam.

Com 80% do seu rebanho constituído por gado de corte da raça nelore, Mato Grosso se destaca com uma genética bastante avançada, para muitos considerada a melhor disponível no mercado. “Temos criadores que participam do ranking nacional com classificação e premiação de seus animais nas diversas exposições, comprovando a ótima qualidade da genética em nosso rebanho”, aponta José Bernardes.

Na opinião do vice-presidente da ACN/MT, este novo ciclo na pecuária é resultado de uma “conjunção de fatores” que vai desde a redução do rebanho até ao aumento do consumo, passando pela recuperação dos preços ao produtor.

Bernardes chama a atenção ainda para o fato de a demanda por alimentos ser uma problemática mundial, que precisa ser equacionada, e o Brasil ser o único país com capacidade para dar uma resposta eficiente a esta demanda e de forma rápida. “Neste contexto, Mato Grosso se desponta como o grande supridor de alimentos para o mundo, especialmente no segmento de carnes e produtos agrícolas”.



Fonte: Diário de Cuiabá

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