18/6/2008
Feicorte: Pista variada resgata espaço para raças além do Nelore.

No calendário estão leilões de Brahman, Angus, Canchim, Santa Gertrudis, Guzerá, Simental, Simbrasil, Senepol e até o japonês Wagyu.

Vera Ondei
O destaque desta semana são os leilões que vão acontecer na Feicorte, mostra que começou ontem, 17 de junho e se estende até sábado, 21 de junho. Com foco na cadeia produtiva da carne, a feira se transformou na principal mostra paulista. Ao fazer isso atraiu grandes criadores que estão transformando os leilões em um mosaico de raças.
Serão 18 eventos de 10 diferentes raças bovinas, mais ovinos Santa Inês e eqüinos. As pistas acompanharam a história da feira ao longo dos 13 anos. Ela é um projeto que nasceu pelas mãos de Antônio Pinheiro Machado, um dos grandes professores que criaram o modelo de leilões, hoje operado em todo o País. Nasceu com o nome de Expocorte e cresceu por alguns anos.
Por problemas de definição de gerenciamento entre os administradores do Agrocentro e os realizadores da mostra, mais investimentos necessários para ampliação e reforma física do espaço, a Expocorte começou a perder fôlego por volta dos anos 1998-1999. Em 2000, a organização da mostra passou para as mãos da Alcântara Machado, empresa especializada na montagem de grandes feiras como Fenit, Salão do Automóvel, entre outras, retomando o crescimento das primeiras edições, com o nome atual, de Feicorte.
Os leilões também vieram em um processo de reorganização que acompanharam a história. Nos últimos anos, grandes criadores, atraídos pela possibilidade de ganhar novos investidores, vêm montando grifes ou reformulando-as. Os remates de Nelore comandam este cenário, na onda do que acontece em todo o País.
Por pouco, leilões em exposições agropecuárias não são sinônimo de venda de Nelore. A raça-mãe ponteou praticamente metade das feiras cobertas pela reportagem DBO em 2007. Das 155 exposições, o Nelore vendeu animais em 85 (55%). Dos 731 leilões realizados em exposições, os selecionadores de Nelore responderam por 283 (21%). E da fatura de R$ 332 milhões apurados nas exposições, o Nelore respondeu por R$ 194 milhões (58%).
Na Feicorte não deve ser diferente. E aí se juntam as zebuínas Brahman, com leilões regulares desde 2003, mais o Guzerá, que está retornando ao calendário da Feicorte. Os criadores de Guzerá promoveram leilões na feira em 1998, 2005 e 2006.
As raças taurinas e compostas, que passaram por uma baixa geral no cenário nacional, vêm fazendo esforços grandes nos últimos quatro anos. E estão fazendo a lição de casa na receita tradicional. Primeira tarefa foi arrumar as pistas de julgamentos, organizando grupo de criadores a cada ano mais diversificado, já que o número de argolas é praticamente o mesmo, na casa das 3.000.
A missão atual é fixar uma agenda que atraia, também, novos investidores. Os selecionadores que vêm apostando nessa retomada criam Angus, Simental, Simbrasil, Senepol, mais os novatos do Waguy, que estão retornando à segunda edição do remate da raça de origem japonesa.
A jornalista Vera Ondei analisa o mercado de leilões diariamente no DBO na TV. O programa é transmitido de segunda a sexta, às 6h55 e às 19h40 no canal Terraviva.
HISTÓRIA DA FEICORTE
ANO_____Leilões___Lotes____Renda(R$)_____Média
1995_____10_______311_____1.088.820______3.501
1996_____12_______299_____1.018.580______3.407
1997_____11_______245_____1.779.000______7.261
1998_____11_______337_____1.385.120______4.110
1999______7_______102_______382.600______3.751
2000______4________95_______420.700______4.428
2001______5_______212_____2.322.660_____10.956
2002______8_______264_____3.566.280_____13.509
2003_____12_______431_____7.215.180_____16.741
2004_____19_______608____12.344.440_____20.303
2005_____20_______681_____8.071.080_____11.852
2006_____19_______558_____7.971.850_____14.286
2007_____14_______416_____9.016.600_____21.675




Fonte: Banco de Dados DBO. Valores nominais

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