12/6/2008
Aftosa: Boas notícias para a pecuária

A primeira fase da campanha de vacinação contra aftosa deste ano terminou no dia 31 de maio em 15 Estados e no Distrito Federal, com a expectativa de ter atingido quase 100% do rebanho bovino. O balanço oficial da campanha só deve ser divulgado no mês que vem. Na mesma etapa da campanha em 2007, foram vacinados mais de 132 milhões de bovinos, o equivalente a 97,5% do rebanho, conforme levantamento do Ministério da Agricultura (Mapa).

O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) estima que de janeiro até junho cerca de 180 milhões de bovinos devam ser imunizados no Brasil, com base nos dados da Central de Selagem de Vacinas (CSV), órgão criado em parceria entre o Mapa e o Sindan.

Os números confirmam a preocupação do produtor brasileiro com a sanidade dos animais. E os resultados positivos começam a aparecer. No mês passado, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu mais dez Estados brasileiros - Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins - e o Distrito Federal como área livre de aftosa, com vacinação.

Com isso, importantes Estados exportadores de carne, como São Paulo e Paraná, poderão retomar os embarques para países que pagam mais pelo produto, como o Chile e a União Européia.

NOVO ÂNIMO

Em São Paulo, a notícia sobre o novo status animou o setor. Conforme o secretário de Agricultura, João Sampaio, São Paulo foi o Estado que mais perdeu com o embargo, após o registro de focos nos vizinhos Mato Grosso do Sul e Paraná, em 2005. “Deixamos de exportar cerca de US$ 1,5 bilhão.”

Segundo Sampaio, o próximo passo é recuperar as exportações, iniciando conversas com os principais compradores. “São Paulo não registra aftosa há 12 anos. Na última campanha, em novembro de 2007, alcançamos 99,18% de vacinação, num rebanho de 12 milhões de cabeças”, diz. Este ano, até 30 de maio, foram vendidos 12,7 milhões de doses de vacinas contra aftosa no Estado, o que mostra que a cobertura deve ser quase total.

Mato Grosso do Sul, o principal produtor de carne bovina, ainda não foi reconhecido pela OIE como livre de aftosa. Faltaram informações do ponto de vista técnico, como informou o Ministério da Agricultura. Mas há expectativa de o reconhecimento ser oficializado nos próximos dois meses.

“Esperamos que Mato Grosso do Sul seja liberado. Temos vários frigoríficos exportadores e é importante voltar a vender para a União Européia”, diz o veterinário José Eduardo Pereira Lima, da Fazenda Segredo, em Bataguassu (MS). Ele recorda que quando houve focos de aftosa no Estado, em 2005, a cotação da arroba despencou. “Foi uma decepção, principalmente para os pecuaristas que têm controle rígido da sanidade do rebanho.”



Fonte: Estado de São Paulo

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