19/5/2008
Arroba é negociada por R$ 90 no mercado futuro

Nos últimos 12 meses o preço da arroba bovina já subiu 45,6%. Na casa dos R$ 70 a arroba nas praças paranaenses, no mercado futuro o indicador já bateu na casa dos R$ 90 em novembro (período de entressafra). Além disso, o preço no mercado internacional também continua firme, ultrapassando os R$ 100 a arroba se for feita a conversão de moedas. ""Há um aumento do consumo de proteínas animais por quase todos os países. A procura está maior do que a oferta"", comemora o pecuarista José Antônio Fontes.

Além disso, ele lembra que a demanda interna também aumentou enquanto a oferta caiu devido à redução do rebanho, provocada pelo abate sistemático de matrizes e pelo avanço da soja sobre a pecuária. Outro fator apontado pelo veterinário Fábio Mezzadri, do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento é o crescimento das lavouras de cana-de-açúcar na Região Noroeste do Estado sobre as pastagens. Somente o rebanho paranaense foi reduzido em 7%. ""Houve uma melhora da renda e com o aumento da demanda o preço subiu"", diz José Fontes.

Fábio Mezzadri complementa que já há falta de bezerros e de boi magro para reposição no Estado. Segundo ele, há três anos o preço do bezerro variava de R$ 350 a R$ 380. Atualmente, o animal é negociado por R$ 550, atingindo picos de R$ 600 em algumas praças. ""O preço é recorde e a tendência é de alta porque o rebanho não tem recuperação rápida. O ciclo da pecuária é lento, de cerca de três anos"", explica. No entanto, José Fontes afirma que os frigoríficos têm obtido rendimento maior do que os pecuaristas, uma vez que o preço do dianteiro teria subido 76% nos últimos 12 meses.

""A indústria é bem organizada, enquanto os pecuaristas são desunidos. Mas estamos trabalhando para minimizar as perdas"", comenta o pecuarista. Ele acrescenta que o custo de produção aumentou cerca de 30% para criações com confinamentos e 15% para criação a campo. ""O custo dos suplementos minerais subiram entre 60% e 70%, fora os custos do óleo diesel, da mão-de-obra e da soja e do milho"", observa. (F.M.)



Fonte: Folha de Londrina

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