16/5/2008
Cada vez mais longe atrás de gado

A dificuldade de oferta está fazendo produtores e frigoríficos buscarem animais fora de seus estados e do Brasil para repor a produção. A Bahia recebe pecuaristas de outras localidades atrás de seus bezerros, enquanto as indústrias de São Paulo tiveram de aumentar a compra de bovinos fora do estado. Mas a pior situação é no Rio Grande do Sul: frigoríficos e produtores importam animais do Uruguai.
“Indústria e pecuarista estão precisando ir cada vez mais longe atrás do gado”, diz o analista Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria. Segundo ele, em decorrência do ciclo pecuário está sendo comum achar frigorífico com 40% de ociosidade, uma média de entressafra. Por conta disso, de acordo com o analista, as indústrias de São Paulo, que geralmente compram até 50% dos animais dos estados vizinhos, estão com 90% da escala fornecida de outras localidades. “E quem trabalha com recria e engorda também está e tendo de andar atrás do gado, que nem o frigorífico, além de pagar mais por isso”.
De acordo com levantamento da Scot Consultoria, desde o início do ano, na média brasileira o boi gordo acumula alta de 10,89%, enquanto os animais de reposição subiram mais: o bezerro 24,87% e o boi magro, 27,06%, indicando a dificuldade de oferta. “O Brasil todo está com falta de animal para reposição”, afirma Maria Gabriela Tonini, da Scot Consultoria. Ela lembra que nos últimos anos, com os preços baixos, o pecuarista se desfez de matrizes - o descarte chegou a mais de 40% do total dos abates. Situação que em 2007 se reverteu: o abate de matrizes caiu 7% e o de machos cresceu 6,8%.





Fonte: Folha de Rondônia

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