30/4/2008
Kátia Abreu critica campanha européia contra carne brasileira

A imposição de uma barreira sanitária, não reconhecida do relatório da missão de auditoria da União Européia (UE) ao Brasil, foi a principal crítica feita pela vice-presidente de Secretaria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM/TO), ao presidente da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, Neil Parish, durante reunião hoje (29/4) na Câmara dos Deputados. No encontro entre senadores e deputados brasileiros e a delegação européia, Kátia Abreu disse estar surpresa pelo relatório não indicar problemas no controle sanitário no Brasil, depois da campanha de difamação da carne brasileira,feita por associações de produtores europeus. “A carne bovina brasileira é um patrimônio, um dos itens mais importantes na nossa tabela de exportação. Fazemos um produto de qualidade para qualquer ser humano comer”, afirmou a senadora.

Para ela, a incapacidade dos pecuaristas europeus de concorrer com os brasileiros não pode ser motivo para que a UE imponha barreiras sanitárias. “A auditoria da UE apontou apenas três pontos negativos: dúvidas na comprovação da vacinação, a fiscalização na região de fronteira com o Paraguai e a questão da sorologia”, explicou Kátia Abreu. Ela defendeu a vistoria feita por órgãos públicos competentes e a apresentação de nota fiscal de compras de vacinas como procedimentos suficientes para comprovar a vacinação. “A criação de uma zona de alta vigilância na fronteira e a questão da sorologia já estão solucionadas. Ou seja, o relatório foi 90% positivo”, completou a senadora. Kátia Abreu lembrou ainda que o Brasil segue “à risca” as normas científicas da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE).

As sanções impostas pela UE à carne brasileira no início deste ano foram também classificadas pelo deputado Ronaldo Caiado (DEM/GO) como parte da “campanha difamatória”. “O relatório mostra que o controle sanitário é satisfatório, portanto, não há motivo para essa atitude. O embargo é 100% econômico”, disse Caiado. O deputado democrata citou problemas sanitários que afetam os europeus, como a ocorrência de 1.627 casos de vaca louca na Irlanda e de 184 mil casos da doença no Reino Unido, registrados entre 1990 e 2008. Segundo Caiado, a imposição de regras para o sistema de rastreabilidade brasileiro é um ataque à soberania nacional. "O Parlamento Europeu pode legislar na Europa, mas quem estabelece as regras aqui no Brasil é o Congresso Nacional", afirmou.

Durante a reunião, o deputado português Capoulas Santos afirmou que o problema do comércio de carne bovina entre UE e Brasil é uma questão burocrática. Para Kátia Abreu, o argumento pode ser uma tentativa de recuo dos europeus, considerando que o relatório da auditoria não aponta irregularidades sanitárias. A senadora avaliou como positiva a visita dos parlamentares europeus ao Brasil. “O parlamento europeu é forte, mas precisa respeitar o parlamento brasileiro. Eles legislam lá e nós aqui”, completou.




Fonte: CNA

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