10/4/2008
Produtores argentinos ameaçam cancelar trégua

Os produtores agropecuários argentinos ameaçam suspender a trégua de 30 dias declarada há uma semana com o governo da presidente Cristina Kirchner e voltar ao locaute e os piquetes nas estradas do país. Cansadas de esperar uma convocação do governo para as reuniões de negociação, as lideranças das quatro associações agropecuárias - a Sociedade Rural, Federação Agrária, a Confederações Rurais Argentinas (CRA) e a Coninagro - afirmam que não esperarão muito tempo, e acusam o governo de "enrolar" os produtores.

As lideranças pediram uma reunião "urgente" com a própria presidente Cristina. Mas, o chefe do gabinete de Ministros, Alberto Fernández, pediu "paciência" aos produtores e não forneceu perspectivas de uma eventual reunião.

Nessa terça-feira (08-04), o presidente da Sociedade Rural, Luciano Miguens, afirmou que é "urgente" a necessidade do diálogo. "Seria nefasto ter de voltar ao confronto", alertou. O vice-presidente da Carbap (núcleo duro da CRA), Luis Eizaguirre, lamentou: "até agora não tivemos nenhum convite dos representantes do governo para ir dialogar tampouco nos consta que eles estejam trabalhando em algo concreto".

Segundo Eizaguirre, "os produtores não estão dispostos a continuar esperando. Se dentro de poucos dias não aparecerem soluções, voltaremos aos piquetes nas estadas". Algumas lideranças indicam que Cristina terá de definir a reunião até sexta-feira (dia 11), caso queira evitar o fim da trégua.

Industriais

O setor industrial que foi, até o momento, a "menina dos olhos" do denominado "casal presidencial" (a presidente Cristina e seu antecessor e marido, o ex-presidente Néstor Kirchner), começa a reclamar sobre o cenário econômico do país.

O presidente da União Industrial Argentina (UIA), Juan Lascurain, alertou para a "forte queda de rentabilidade" do setor, especialmente das pequenas e médias empresas. Lascurain pediu ao governo a aplicação de "ferramentas excepcionais" para que as empresas com dívidas possam voltar a contar com créditos no sistema financeiro.



Fonte: Agência Estado

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