7/4/2008
Brasil e China buscam consenso em carnes

O governo chinês quer barganhar com o Brasil a abertura de seu mercado para a carne bovina do País. Pequim coloca como uma das condições da abertura de seu mercado a queda das barreiras sanitárias brasileiras para a importação de aves e carne de frango. Há poucas semanas, o governo brasileiro concluiu seu estudo sobre a situação sanitária na China e detectou graves falhas. Na Organização Mundial da Saúde (OMS), a China é considerada como um dos focos de gripe aviária. Mesmo assim, o Brasil não exclui aceitar a importação de frango cozido e preparado para desbloquear as negociações.


A China é considerada como um dos principais mercados futuros do Brasil em termos de carne. Com a melhoria nas condições de vida da população e a maior renda, o consumo de carne na China vem aumentando. A procura pela carne brasileira é tão grande que traders com base em Hong Kong revelam que os poucos lotes que chegam até lá são praticamente "leiloados" para os importadores locais.


Pela lei, o Brasil pode exportar carne para Hong Kong, mas não para a China. Esquemas de contrabando entre as ilhas no sul da China estão permitindo que a carne consiga chegar ao mercado chinês. A procura fez explodir o número de casos de carne brasileira falsificada na China. Produtores tradicionais como Sadia ou Perdigão chegam a ter suas marcas falsificadas.
O Ministério da Agricultura espera agora que o diálogo com os chineses possa avançar e um cronograma de negociação começa a ser estabelecido. Atualmente, a China reconhece os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rondônia como livres de febre aftosa. Mas não certificaram por enquanto nenhuma empresa para exportar.


O governo, porém, já sabe que terá de aceitar um preço para abrir esse mercado. Os chineses já indicaram que querem exportar carne de frango e outras aves, mas as suspeitas de gripe aviária e os surtos de várias doenças vêm deixando as autoridades brasileiras cautelosas com a possibilidade de aceitar carne in natura. Um documento interno do governo concluiu que as falhas no sistema sanitário chinês são importantes e que não haveria como autorizar a importação. A opção seria aceitar carne cozida e preparada. Até porque o Brasil não poderia deixar de aceitar tais produtos. Na Organização Mundial do Comércio (OMC) o Brasil se queixou nesta semana da postura do México de não permitir a entrada de carnes cozidas do País. Não aceitar o mesmo da China, portanto, seria uma incoerência de posição do Brasil


Fonte: DCI

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