14/3/2008
Carne bovina: Preço compensa bloqueio da UE.

Primeiro mês após a suspensão dos embarques para a Europa, as exportações de carne bovina in natura caíram em volume 24,44% em fevereiro em comparação ao mês do ano anterior. No entanto, a alta no preço compensou a queda no volume embarcado.

Fernando Yassu
O reajuste foi sobre a carne in natura, que aumentou 37% sobre o valor negociado em fevereiro de 2007. O valor passou da média de US$ 2.424 a tonelada líquida para US$ 3.323. Com valor maior, a receita caiu apenas 2,7%, de U$$ 351 milhões para US$ 341 milhões, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec).
Trocando em miúdos: sem o produto brasileiro, a Europa teve que ir ao mercado e acabou inflacionando o preço da carne bovina no mercado internacional e, indiretamente, acabou favorecendo o Brasil. Segundo Marcus Vinicius Pratini de Morais, agora ex-presidente da Abiec, os cortes que seriam destinados à Europa foram realocados nos mercados africanos, árabes e China, que está importando via Hong Kong.
De todo modo, os países europeus importaram preventivamente em janeiro e pagaram 65% a mais do que no mesmo mês de 2007, segundo Pratini. Graças essas compras, os frigoríficos brasileiros, embora tenham registrados queda no volume embarcado em 16,59% nos dois primeiros meses de 2008, conseguiram aumentar a receita em 16,94% no mesmo período, de US$ 690 milhões para US$ 807 milhões. Na média, a carne in natura, o tipo mais exportado pelo Brasil, foi vendida por US$ 3.675 à tonelada líquida, 52% a mais do que no mesmo período de 2007 (preço médio de US$ 2.415).
Pratini acredita que em, no máximo, um ano a normalização das exportações de carne bovina para a Europa. "Eu estou sendo bem conservador. Se se conseguir aumentar a velocidade do aumento da lista de fazendas aptas a exportar para a Europa, esse prazo pode ser bem encurtado, especialmente se, nesta lista, estiverem as maiores", pontua.


Fonte: Portal DBO

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