13/3/2008
Brasil quer erradicar aftosa até o fim de 2009

Alcançar o status de área livre de febre aftosa em todo território
nacional até o fim do ano que vem é o desafio do Departamento de Saúde
Animal (DSA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), que coordena o Programa Nacional de Erradicação da Febre
Aftosa (PNEFA). As ações e as estratégias para erradicar essa
doença nos países da América do Sul estão sendo avaliadas, esta semana,
na 35ª Reunião da Comissão Sul-Americana de Luta Contra a Febre Aftosa
(Cosalfa), em Porto Alegre/RS.

A febre aftosa chegou ao Brasil
por volta do ano de 1870. Os primeiros casos foram registrados no Rio
Grande do Sul. A incidência da doença no Brasil estava relacionada a
uma grande epidemia ocorrida na Europa, onde era conhecida desde 1546,
e resultou da importação de bovinos do velho continente.

O
combate à febre aftosa, de forma organizada, começou no Brasil em 1919.
Mais tarde, em 1934, o Governo Federal aprovou o Regulamento do Serviço
de Defesa Sanitária Animal com as medidas de prevenção para as doenças
dos animais, incluindo a febre aftosa.

Em 1963, o Governo
Federal instituiu a Campanha Contra a Febre Aftosa (CCFA), coordenada
pelo Mapa. Dois anos depois, foi implantado o Programa de Combate à
Febre Aftosa, primeiramente, no Rio Grande do Sul e, em seguida,
estendido aos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas
Gerais, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro e
Sergipe. Atualmente, o PNEFA abrange todas as unidades federativas do
Brasil.

A febre aftosa é uma doença que preocupa os países, não
por oferecer risco à saúde humana, mas pelo prejuízo econômico que traz
aos criadores dos rebanhos e aos países exportadores de carne in
natura. Os mercados importadores de carne se fecham ao primeiro sinal
dessa enfermidade. A febre aftosa também pode atingir suínos, ovinos e
caprinos, mas em menor proporção.

Sintomas – O bovino ou
bubalino acometido pela aftosa apresenta febre alta que diminui após
dois a três dias. Em seguida, aparecem pequenas feridas na mucosa da
boca, laringe, narinas e na pele que circunda os cascos. Essas feridas
liberam uma secreção repleta do vírus da aftosa e o animal passa a
salivar e mancar.

Em pouco tempo, o animal deixa de comer,
emagrece e apresenta dificuldade para se locomover. Animais novos,
especialmente bezerros, podem morrer de forma aguda com miocardite
derivada da infecção do músculo cardíaco pelo vírus. Em geral, a taxa
de mortalidade dos animais é baixa, mas é alto o risco de transmissão
do vírus para todo o rebanho.

Programa Nacional de Erradicação
da Febre Aftosa – O Brasil possui uma população de bovinos e bubalinos
estimada em 201 milhões de cabeças. Cerca de 350 milhões de doses da
vacina contra a febre aftosa são aplicadas por ano, em todos os estados
brasileiros, com exceção de Santa Catarina por ser um estado
reconhecido como livre de aftosa sem vacinação pela Organização Mundial
de Saúde Animal (OIE). A campanha de vacinação é realizada em duas
etapas com intervalo de seis meses.

Os produtores rurais devem
ter a responsabilidade de vacinar rebanho de acordo com o calendário do
estado. A conscientização dos produtores na erradicação da aftosa é
fundamental, assim como a participação dos serviços veterinários
estaduais na execução das campanhas. Ao Mapa, cabe coordenar as ações
desenvolvidas com o objetivo de eliminar a existência do vírus da febre
aftosa em todo território brasileiro.

Hoje, a febre aftosa está
erradicada em aproximadamente cinco milhões de quilômetros quadrados do
território nacional, área que concentra a maior parte da população
bovina: mais de 180 milhões de cabeças. Acre, Bahia, Distrito Federal,
Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo,
Sergipe, parte do Amazonas e do Pará compõem a área livre de febre
aftosa com vacinação.


Fonte: Mapa - (61) 3218- 2203/2204 / www.agricultura.gov.br

Voltar