7/3/2008
Clima beneficia lavouras de soja gaúchas

Os produtores de soja tiveram uma semana de reversão de expectativas. A situação, que apresentava contornos de sérios prejuízos, foi modificada com o retorno das chuvas em todas as regiões produtoras. Segundo o levantamento semanal das culturas realizado pela Emater/RS-Ascar, a umidade acumulada no solo permite, por mais alguns dias, condições favoráveis à floração e a formação dos grãos, diminuindo, consideravelmente, o potencial de perdas Exceção a essa situação se encontra no noroeste do Estado (Região das Missões), aonde as chuvas chegaram com atraso e algumas lavouras podem ser consideradas como perdidas.

Conforme avaliação do diretor Técnico da Instituição, Paulo Silva, as primeiras colheitas realizadas (menos de 1% do total da área), não permitem observar qualquer tendência nesse sentido. Enquanto esperam que as condições meteorológicas permitam a finalização do ciclo em situação satisfatória, os produtores acompanham o desempenho da soja nos mercados internacionais. No local, o produto segue em linha com as valorizações na Bolsa de Chicago, marcando uma variação de 2,45% no preço médio da saca de 60kg, passando para R$ 47,66 durante a semana.



Após a pequena paralisação, devido às chuvas e ao tempo úmido, a colheita do milho retomou seu ritmo normal, chegando aos atuais 33% e situando-se dentro da média dos últimos anos. O retorno da umidade ao solo foi bastante comemorado pelos produtores, principalmente para aqueles cujas lavouras se encontram em floração (8%) e enchimento de grãos (26%). Infelizmente, para alguns, as chuvas chegaram tarde demais, não dando condições de recuperação às lavouras e comprometendo a produtividade final destas. As lavouras, nessa situação, são, em sua grande maioria, assentadas em solos rasos, com problemas de manejo, ou plantadas mais no tarde e são encontradas em, praticamente, todas as regiões. As plantadas até outubro e que estão em fase final de maturação, tendem a apresentar potencial bastante satisfatório, o que poderá situar as médias dentro do previsto. Os rendimentos obtidos, nas áreas já colhidas, têm refletido a irregularidade das condições meteorológicas ocorridas durante o ciclo, oscilando até mesmo dentro de uma mesma propriedade.



A colheita do arroz começa a ser efetuada com mais intensidade a partir de agora. As condições não muito favoráveis, devido às chuvas ocorridas nos primeiros dias de março, fizeram com que a colheita avançasse apenas dois pontos percentuais, chegando aos 6%, nessa semana. Cerca de 29% das lavouras já se encontram em situação de serem cortadas e o produto deve ser retirado assim que as várzeas apresentarem condições de manejo. Outros 45% se encontram em processo de formação de grão e com o tempo mais seco deverão apressar sua maturação. Restam 20% em fase de desenvolvimento vegetativo e floração, onde o clima poderá ter alguma influência, sendo a temperatura a grande preocupação dos produtores daqui para frente.



Praticamente encerrada a colheita da 1ª safra do feijão no estado (também chamada de safra das águas ou safra grande), resta apenas 1% dos cerca de 80 mil hectares semeados nas várias regiões de produção. A safra apresentou problemas de perdas de rendimento de forma pontual, em alguns municípios, mais concentrados nas regiões do Vale Rio Pardo e na Zona Sul. Em relação à 2ª safra (safrinha), os produtores aceleraram o plantio que faltava, em decorrência das excelentes precipitações que ocorreram nesse último período, beneficiando o final da semeadura e o desenvolvimento geral da lavoura. As atuais fases da 2ª safra são de 97% plantada, 55% em desenvolvimento vegetativo, 23% em floração, 13% em enchimento de grãos 1% em maturação.



Hortigranjeiros



As condições meteorológicas, ocorridas no fim de semana, foram essenciais para os hortigranjeiros em geral, especialmente os cultivados a céu aberto. Algumas áreas de produção estavam necessitando de chuvas em razão das baixas condições hídricas do solo e da grande insolação e altas temperaturas que vinham acontecendo, estressando e crestando as hortaliças.


Batata – O desenvolvimento da cultura segue em boas condições, mantendo os 25 t/ha de rendimento e com muito boa qualidade dos tubérculos. Os preços ao produtor tiveram redução, na semana, na região da Serra, ficando entre R$ 0,36/kg para a batata Rosa a R$ 0,32/kg para a batata Branca.



Tomate – Com muito bom desenvolvimento e qualidade, vem ocorrendo a colheita e comercialização de tomates na região Serrana. Os preços, da semana que passou, sofreram aumentos significativos em relação à anterior, melhorando as condições dos produtores. Para o tomate Longa Vida, o valor médio foi de R$ 12,00/cx, para o Saladete, foi de R$ 14,00/cx e para o Gaúcho, o valor médio chegou aos R$ 16,00/cx.



Caqui – Na Serra Gaúcha, os pomares de caqui estão apresentando boa sanidade e rendimento elevado. A cultura se desenvolve dentro da normalidade. As variedades de ciclo médio, como a Kioto, estão em início da fase de maturação. Até mesmo a variedade Rama Forte, mais tardia, vem antecipando a maturação. Nesse cultivar, está ocorrendo um percentual de frutas com sementes acima da média tradicional.



Maçã – Está concluída a colheita da variedade Gala, nas regiões da Serra e nos Campos de Cima da Serra, confirmando pequena redução de produtividade e ótima qualidade de fruto. O valor médio recebido pelos produtores se mantém estável em R$ 0,60/kg.



Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Tel. (51) 2125-3105.

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