4/3/2008
CNA: exportações devem seguir no mesmo ritmo

A restrição européia à carne brasileira não deve interferir nas exportações nacionais. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que o volume de embarques neste ano deve ser o mesmo de 2007, quando foram exportadas 2,31 milhões de toneladas, rendendo US$ 4,42 bilhões.

Segundo o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Antenor Nogueira, a medida do bloco não permite que o Brasil retome as exportações nos valores e nas quantidades registrados em 2007. Mesmo assim, em sua avaliação, "o Brasil manterá em 2008 o mesmo desempenho no mercado externo do ano passado, uma vez que o aumento das vendas para outros mercados e os aumentos dos preços internacionais da carne bovina deverão compensar eventual queda nas vendas para a União Européia", ressaltou.

"Na prática, o mercado europeu continua fechado para a carne brasileira. Os europeus vão comprar de outros países e, como não há excesso de produto, o Brasil poderá redirecionar suas exportações para mais de 140 países, de regiões como Oriente Médio e norte da África", explicou Nogueira.

Segundo os dados da pesquisa dos Ativos da Pecuária de Corte, elaborados pela parceria CNA/Cepea - USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo), os aumentos dos custos de produção em 2007 foram os maiores dos últimos cinco anos. Mas a receita do produtor também se fortaleceu no período, com um aumento de 36,74% na média ponderada dos dez estados. No acumulado de março de 2003 a dezembro de 2007, no entanto, a arroba do boi gordo aumentou 23,1%, enquanto os custos da produção pecuária subiram 47,5%, na média dos dez estados pesquisados.

"Os resultados de 2007 ainda não foram suficientes para ressarcir as perdas dos quatro anos anteriores", considerou Nogueira. Mas ele acredita que as perspectivas de sustentação dos novos patamares de preços do boi gordo poderão estimular o produtor a retomar os investimentos na atividade. A sustentação dos preços do boi e os aumentos do bezerro sinalizam para novas altas da arroba.


Fonte: CNA

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