28/2/2008
Liberação parcial é estratégia da UE, diz CNA

O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, classificou a decisão da Comissão Européia de retomar as importações de apenas 106 fazendas produtoras de carne bovina do Brasil como um "embargo branco". Para ele, essa liberação não significa avanços e sim uma estratégia da União Européia (UE) para transferir ao Brasil a responsabilidade dos próximos acontecimentos, informou a CNA.

"A União Européia não tem embasamento técnico para embargar o Brasil, por isso tomou essa decisão. Nossa preocupação não é o número de fazendas liberadas agora, mas a velocidade com que outras poderão também exportar", destacou.

Segundo ele, as fazendas liberadas são incapazes de suprir a demanda européia. Nogueira argumentou que uma fazenda brasileira produz, em média, 400 cabeças/ano e apenas 35 kg por animal são exportados para o bloco. Considerando o número de 106 propriedades, o Brasil só conseguiria exportar cerca de 1,4 mil toneladas por ano. Em 2007, a UE comprou 275 mil toneladas de carne bovina in natura brasileira. "Se a situação permanecer assim, os frigoríficos vão ter que montar uma cooperativa para juntar os filés de um estado e de outro para conseguir exportar. Precisamos de regras claras. Em nenhum momento o setor privado foi consultado sobre a confecção de uma lista", argumentou.

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fábio de Salles Meirelles, avaliou como inadequada a decisão da União Européia (UE) de liberar a importação de 106 fazendas brasileiras e reforçou a posição da entidade de que não deve haver lista.

"O mercado deve fluir. Essa questão de listas de fazendas não é um procedimento adequado. A quantidade de fazendas liberadas não significa nada para atender a necessidade de carne in natura da União Européia. É inviável ter limitação de número de propriedades, considerando que nosso rebanho tem condições de exportar para qualquer país", disse.

A CNA defende a abertura plena do mercado para que todas as propriedades que estejam em condições possam comercializar o produto.

Fonte: CNA

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